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A Unipar concluiu nesta terça-feira (17) a maior emissão de dívida de sua história. Foram R$ 750 milhões captados por meio de uma debênture de sete anos, operação que lhe permite melhorar em vários aspectos sua estrutura de capital. Além de “liability management” e pagamento de dividendos, o objetivo da captação é deixar a empresa mais preparada para o crescimento orgânico e também para eventuais operações de M&A.
A Unipar vem nos últimos 18 meses abrindo caminho para ampliar seu acesso ao mercado de capitais e também diversificar suas fontes de financiamento. São reforços importantes para o tamanho de sua ambição: em junho, encaminhou uma proposta de R$ 10 bilhões para compra da Braskem. A empresa evita comentar a possibilidade de voltar à carga na disputa pela petroquímica, mas admite que mantém a atenção nas oportunidades de aquisição.
“Essa emissão deixa a Unipar mais forte para fazer qualquer M&A, tanto em termos de estrutura de capital quanto de pluralidade de fontes de financiamento”, afirma o CFO da empresa, Marco Rabello. Até aqui, o único “bolso” acessado pela Unipar foi o do mercado local de dívida. Mas, segundo Rabello, a empresa também está preparada para fazer a emissão de um bond no exterior..
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A opção de uma captação externa foi considerada neste momento. Mas, com as contas em mãos, a constatação foi que o mercado local tinha condições mais competitivas. A recente alta do juro dos Treasuries encareceu a captação externa e acabou, inclusive, fechando a janela de emissões que parecia ter sido aberta em setembro – JBS, Minerva, Braskem e Cosan emitiram bonds este ano. “Estávamos prontos para emitir no exterior, mas o mercado local se mostrou mais eficiente”, afirma o executivo.
A debênture da Unipar foi emitida a CDI + 2,05%, muito próximo do preço dos seus papéis negociados no mercado secundário. Quando começou a ‘cotar’ a operação, essa taxa estava mais alta, perto de 2,50%. “O resultado da emissão mostra que o mercado já está com profundidade, e que os investidores estão dispostos a entrar em bons papéis”, afirma. Ele reconhece que as condições para emissão de dívida eram ainda melhores em 2021, período em que os juros muito baixos estimulavam a demanda por ativos de renda fixa. “Mas tem havido uma melhora clara, é um momento propício para fazer essa operação”, diz, acrescentando que a recuperação do mercado pode, inclusive, abrir espaço para que a companhia recompre papéis que hoje são negociados com preços muito descontados no secundário.
A emissão da debênture aumentou em 50% o prazo médio de sua dívida – de 3 anos para 4,5 anos. Variável que deve mostrar uma melhora adicional ao longo do primeiro semestre de 2024, quando vence cerca de R$ 400 milhões da dívida, hoje calculada em aproximadamente R$ 2 bilhões.
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Além disso, observa Rabello, a nova dívida traz algumas evoluções em relação à emissão anterior, como a possibilidade de resgate do papel a partir do terceiro ano. E um covenant mais robusto, que permite que a empresa tenha uma dívida líquida de até três vezes o Ebitda, ante duas vezes na emissão anterior. “É uma mudança que nos dá mais condições de acesso ao mercado de capitais”, explica.
Nessa busca pela diversificação de bolsos, a Unipar também se aproximou do BNDES, que, segundo ele, tem oferecido linhas atraentes para a indústria. Recentemente, o banco de fomento elevou em dez vezes o limite de crédito para a companhia. Do lado de equities, destaca Rebello, há um esforço constante de se aproximar do mercado, por meio de reuniões com assets e analistas e non-deal roadshows. Como resultado, sua base de investidores cresceu de cerca de 30 mil para aproximadamente 100 mil ao longo de 18 meses, afirma o executivo.
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