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Emissões de debêntures devem bater R$ 230 bilhões neste ano, prevê Bradesco BBI

Baixo volume de ofertas no mercado de ações e fechamento do mercado externo para a emissão de bonds têm ajudado a manter resiliência

Bruna Furlani

(Shutterstock)
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A manutenção de uma taxa de juros elevada no Brasil impulsionou as emissões de títulos de dívida emitidos por empresas neste ano, mesmo diante de um cenário mais restritivo de juros no mundo e de incertezas acerca da questão fiscal brasileira.

Um dos destaques deve ser novamente as debêntures. Nos cálculos de analistas do Bradesco BBI, as emissões do papel podem ultrapassar os R$ 230 bilhões neste ano, se mantido o volume médio de R$ 21 bilhões visto nos últimos três meses — valor que é superior aos R$ 13 bilhões mensais registrados, em média, no primeiro semestre.

Os números representam uma recuperação das ofertas no mercado primário após meses de janela fechada intensificados por eventos de crédito como Lojas Americanas e Light, mas não devem exceder o valor emitido em debêntures em 2022, que chegou a R$ 271 bilhões.

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Em relatório divulgado na última sexta-feira (27), a casa destacou que o baixo volume de emissões no mercado de ações brasileiro, juntamente com o fechamento do mercado externo para a emissão de bonds (títulos de dívida emitidos por governos ou empresas), ajudaram a manter certa resiliência nas ofertas primárias de debêntures e de outros ativos de renda fixa neste ano.

Segundo os analistas, o volume médio de emissões de bonds entre 2017 e 2021 ficou em US$ 20 bilhões, número maior do que os US$ 10 bilhões mensais registrados no acumulado deste ano até setembro. Os dados excluem os números de emissões soberanas.

Além da alta dos rendimentos oferecidos pelos títulos do Tesouro americano (Treasuries), tradicionais emissores de bonds no mercado externo passaram a acessar mais o mercado local com a emissão de debêntures e de outros títulos incentivados, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRIs). É o caso de companhias do setor de alimentos, petróleo, mineração e serviços de comunicação, diz a casa.

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“As empresas também estão recomprando bonds no mercado externo que possuem taxas mais onerosas e emitindo no mercado local com taxas mais favoráveis, apesar do juro ainda elevado no mercado doméstico”, destacam os profissionais.

As emissões locais também tem sido favorecidas pela expectativa do mercado de que a taxa de juros deve terminar abaixo de 10% no fim de 2024, o que pode aliviar o custo financeiro das companhias.

Fundos mais cautelosos com bonds

Dentro dos fundos, gestoras também têm concentrado as alocações em ativos locais, dado o nível de spread (juros adicionais que um ativo de crédito oferece em relação ao dos títulos públicos, considerados de baixo risco) mais atrativo, caso da AF Invest, que contou sobre a posição em relatório.

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A Ibiuna é outra casa que também está mais cautelosa com posições em ativos do exterior e diz estar aguardando um momento mais “favorável” para aumentar a exposição de forma mais relevante.

“Precisamos ver uma redução da volatilidade e também um pouco mais de prêmio de crédito [spread sobre a curva soberana americana]. O mercado de crédito, assim como o de ações, segue ciclos de preços e temos que ter parcimônia e paciência para esperar momentos mais promissores”, destacou a casa em relatório.

Para a Ibiuna, ainda há “boas oportunidades” no mercado local com mais gordura de preços em nomes mid yield (médio risco e retorno).