Publicidade
A construção de data centers no Brasil é a bola da vez para as empresas que atuam no setor, na avaliação da baiana Consul Engenharia. A empresa, que possui R$ 550 milhões em obras em seu portfólio, vê uma demanda crescente nesse segmento, em que o custo do metro quadrado pode chegar a ser 10 vezes mais caro do que o de uma obra tradicional.
O diretor de incorporação e novos negócios da Consul, Marcelo Castro Lima, afirma ao IM Business que o início da aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em setembro 2020, foi o propulsor para o aumento da procura de empresas para a construção de novos data center, diante de uma necessidade maior de armazenamento das informações.
“As empresas nacionais não estavam preparadas para atender esse tipo de obra e nós conseguimos sair na frente”, diz o executivo, que explica que esse projeto não é nada trivial. Há especificidades em questão de energia, proteção térmica e acústica que tornam a construção mais complexa. “Hoje somos uma das poucas no país que consegue entregar esse tipo de obra”. No mês passado, a companhia entregou um data center de 5,6 mil metros quadrados em Porto Alegre para a Scala Data Centers.
Continua depois da publicidade
Lima, profissional com passagem de mais de uma década na Odebrecht (atual Novonor), reforça ainda que galpões logísticos e obras de infraestrutura também são oportunidades que a empresa está de olho. HSI, Brookfield, Credit Suisse e Ambev são alguns dos clientes da Consul Engenheira, que atua com projetos corporativos acima de R$ 100 milhões.
Do lado dos galpões, embora a procura no Sudeste venha desacelerando, ela segue firme no Norte e Nordeste, região em que a Consul afirma se diferenciar das concorrentes pelo conhecimento do mercado imobiliário local. Atualmente, a empresa está construindo o maior condomínio logístico do Nordeste, de 70 mil metros quadrados para o fundo HGLG11, localizado no complexo de Suape, em Pernambuco, que deve ficar pronto em maio do ano que vem. Outro projeto, de 42,2 mil metros quadrados, feito para o Grupo Ricardo Brennand, na Bahia, tem entrega prevista para fevereiro.
No campo da infraestrutura, embora a empresa não participe de licitações públicas, ela pode atuar como subcontratada das concessionárias. Atualmente, a empresa está em disputa por R$ 2 bilhões em obras. “Estamos em conversas também com players de aeroportos para tocarmos projetos de logística aeroportuária”, acrescenta Marcelo Castro Lima.
Continua depois da publicidade
Além da Consul Engenharia, o grupo conta com a Meta-b, especializada no desenvolvimento de condomínios logísticos e com a compra e venda de imóveis. O diferencial, explica o executivo, está no conhecimento do mercado do Nordeste, que atrai investidores de outras regiões do país. “Nós selecionamos e fazemos todo o licenciamento da área, o que diminui os riscos para os fundos”, explica. Por fim, há também a QPC, empresa voltada à construção de casas de luxo para o público A+. A construtora, que trabalha com projetos acima de R$ 100 milhões de valor geral de vendas (VGV) na Bahia, está construindo um condomínio na praia de Itacimirim, no litoral norte do Estado.
Com faturamento para este ano previsto em R$ 550 milhões, a expectativa é que a Consul e Meta-b juntas alcancem R$ 2 bilhão em obras no próximo ano, enquanto a QPC estima alcançar R$ 800 milhões em VGV até o fim de 2024.
You must be logged in to post a comment.