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O clima adverso em polos produtores das regiões Sul e Centro-Oeste levou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a reduzir sua estimativa para a produção brasileira de grãos nesta safra 2022/23. Segundo novo levantamento divulgado nesta quinta-feira pela estatal, o volume total alcançará 312,3 milhões de toneladas, ante as 316,7 milhões previstas anteriormente. Em relação ao recorde observado no ciclo 2022/23 (320 milhões de toneladas), a queda chega a 2,4%.
Na região Centro-Oeste, que lidera a colheita nacional, puxada por Mato Grosso, a produção deverá chegar a 149,4 milhões de toneladas, contra as 151,4 milhões projetadas no levantamento divulgado em novembro e volume 8% inferior ao observado na safra anterior. No Sul, indicou a Conab, serão 89,1 milhões de toneladas, também menos que o calculado no mês passado (91,1 milhões), embora ainda com crescimento de 10,4% na comparação com a colheita de 2022/23, que foi prejudicada pelo La Niña.
Nos primeiros meses de plantio da safra atual, a semeadura transcorreu sob efeito do El Niño, com mais chuvas que o normal no Sul e menos precipitações no Norte e no Nordeste. Normalmente o fenômeno é mais “neutro” para o Centro-Oeste, mas, associado ao aquecimento do Atlântico Tropical, também causou problemas na região, principalmente em Mato Grosso, gerando atraso nos trabalhos, replantio de lavouras de soja e preocupações quanto à safrinha de milho, que será plantada na sequência da colheita da oleaginosa.
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Para a soja, a Conab passou a estimar a produção brasileira em 160,2 milhões de toneladas – 2,2 milhões a menos que o projetado em novembro, mas volume ainda recorde, 3,6% superior ao da temporada anterior. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, à frente dos Estados Unidos. A estatal também reduziu sua projeção para os embarques nacionais do grão em 1,4 milhão de toneladas, para 101,6 milhões. Algumas consultorias já trabalham com números mais baixos de produção e exportações.
No caso do milho, a conta da Conab para a segunda safra permaneceu em 91,2 milhões de toneladas, e analistas esperam uma revisão para baixo nesse número nos próximos levantamentos, por causa da tendência de atraso da semeadura em Mato Grosso, sobretudo. Em relação à safrinha do ciclo 2022/23, a retração, por enquanto, chega a 10,9%, uma vez que a área já deverá ser menor por causa da menor rentabilidade do cereal. Na soma das três safras de milho, o volume está previsto em 118,5 milhões de toneladas, ante as 119,1 milhões projetadas anteriormente e as 131,9 milhões da temporada passada.
As previsões da Conab para arroz e feijão foram mantidas, em 10,8 milhões e 3,1 milhões de toneladas, respectivamente. Na comparação com o ciclo 2022/23, a colheita de arroz cresce 7,5% e a de feijão, 0,8%. A estatal também promoveu um ajuste leve no cenário traçado para o algodão em pluma, que indica produção de 3,1 milhões de toneladas, em queda de 3,5% sobre 2022/23. Para o trigo ainda não há uma estimativa para a colheita do ano que vem, e com isso a Conab ainda trabalha com o volume deste ano (8,1 milhões de toneladas).
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IBGE
Em relatório divulgado também nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetou a colheita de grãos do país em 306,2 milhões de toneladas, com redução de 3,2% em relação ao volume deste ano. Para a soja, o IBGE prevê o volume recorde de 152,5 milhões de toneladas, com alta de 0,6%, e para o milho calcula o total de 118,6 milhões de toneladas, uma queda de 9,5%.
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