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A Bic, fabricante da caneta esferográfica mais famosa do mercado e de outros produtos presentes no dia a dia das famílias, está reescrevendo sua história e buscando caminhos que garantam à companhia relevância em um mundo em transformação. Para se adaptar à Era digital e transmitir a ideia de uma empresa mais moderna e sustentável, a Bic está diversificando seu portfólio e apostando na aquisição de empresas que tragam mais inovação para seu modelo de negócio.
Líder na venda e fabricação de canetas no Brasil, a empresa sabe que esse mercado é desafiador diante da importância dos métodos digitais no processo de alfabetização das crianças hoje em dia. Para fazer frente à concorrência e dar uma resposta à digitalização e aos apelos do mercado por sustentabilidade, a Bic concentra suas apostas no desenvolvimento de sua linha de cadernos inteligentes, um modelo de papel sintético, que é reutilizável. A aposta é oriunda da aquisição de uma startup chamada Rocketbook, em 2020, que dá nome ao produto, que já é vendido no país. “É um caderno onde você escreve, apaga e depois reutiliza. É possível transferir toda a escrita para o celular. É um caderno inteligente”, aponta Olivier de Bruyn, general manager da empresa para o Brasil e a Argentina.
O executivo de origem belga assumiu a operação brasileira em 2017 e reconhece que a Bic tem laços fortes com o país. De suas 24 fábricas espalhadas pelo mundo, a brasileira é a única que atua com a produção das três principais frentes da companhia: papelaria, isqueiros e lâminas. Instalada na Zona Franca de Manaus, a operação brasileira produz 3,7 milhões de itens diariamente, sendo que o país consume quase 90% disso e o restante é distribuído em outros países América do Sul. “O único jeito de disputar e crescer no mercado brasileiro é produzindo aqui”, diz ele.
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Como os números da Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovam que há uma queda expressiva no tabagismo pelo mundo (a redução foi de 300 milhões de fumantes entre 2007 e 2021, segundo relatório da entidade), a ideia da empresa é dar uma nova cara ao mercado de isqueiros, sua principal atuação no Brasil. A empresa deve lançar no início de 2024 o acendedor eletrônico EZ Reach, que é febre no mercado americano, onde tem como garoto-propaganda o rapper Snoop Dogg. A ideia, segundo Bruyn, é mostrar que o produto pode estar presente no dia a dia das pessoas de outra forma. “O grande diferencial é que ele tem um bico com prolongador. Serve para acender velas e churrasqueira, por exemplo”, diz o executivo belga.
Mesmo com os desafios nas diversas frentes de atuação, Bruyn comemora o crescimento de receita em duplo dígito no país nos últimos anos. Embora não divulgue a receita local, a Bic reportou um faturamento de 333 milhões de euros para a América Latina (região na qual o Brasil corresponde por mais de dois terços do montante) nos nove primeiros meses deste ano, crescimento de 15,6% frente ao mesmo período do ano anterior. Em 2022, a empresa registrou receita global de 2,2 bilhões de euros — o objetivo global da companhia é elevar esse montante para cerca de 3 bilhões de euros até 2025.
Além disso, a companhia também está estudando a entrada no mercado de tatuagens no Brasil. Em janeiro de 2022, a empresa adquiriu a Inkbox, marca de tatuagens semipermanentes, por US$ 65 milhões, em valores da época. A expectativa da companhia, com isso, é que esse mercado atinja um patamar de US$ 1,5 bilhão em valor até 2031. O movimento de diversificação é, mais uma vez, voltado a um público mais jovem. “Nós estamos estudando a entrada nesse mercado aqui no Brasil. Será praticamente uma quarta categoria para nós”, afirma o executivo.
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Para se conectar com as gerações Z e alfa, a empresa investiu pela primeira vez em um estande no festival de cultura pop e geek CCXP 23, realizado em São Paulo. A empresa está usando o espaço para apresentar ativações ligadas ao metaverso, com o BICVERSE, um mapa desenvolvido em parceria com a Epic Games dentro do jogo Fortnite.
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