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O ciclo de oferta abundante de animais para os frigoríficos e queda de preços do boi gordo para os pecuaristas pode estar caminhando para o fim. Algumas consultorias já projetam a reação dos preços no início de 2024, com a redução da disponibilidade de animais para abate.
Para Maurício Nogueira, CEO da Athenagro, os preços do boi gordo poderão subir 5% em 2024 com as exportações de carne ainda favoráveis, a demanda do mercado interno mais firme e a oferta mais restrita de animais.
“Vimos até agora que as novilhas tiveram um destaque no abate. Porém, estamos sentindo nos últimos meses que o pecuarista está sendo mais estratégico, começando a segurar as fêmeas mais jovens, pois têm um maior potencial para produzir bezerros”, disse Nogueira.
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Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os abates de bovinos somaram 8,85 milhões de cabeças no terceiro trimestre do ano. O número representa um crescimento de 11,1% em comparação ao do mesmo período do ano passado.
Nesse contexto, a expectativa é que o descarte de fêmeas no período ainda tenha sido elevado, seguindo a tendência dos trimestres anteriores. O IBGE deverá divulgar o detalhamento dos abates do terceiro trimestre apenas em meados de dezembro.
As fêmeas representaram 44% do total de animais abatidos no primeiro semestre do ano. O percentual é superior aos 40% registrados no mesmo período do ano passado.
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Esse aumento da participação das fêmeas tem puxado para baixo a média de peso das carcaças produzidas no Brasil. No terceiro trimestre, cada animal abatido produziu 266,4 quilos de carcaça (carne + osso), um rendimento 2% inferior ao do mesmo período do ano passado.
De janeiro a setembro, a produção de carcaça por animal foi de 261,8 quilos, 1,75% inferior à média acumulada de janeiro a setembro de 2022. Historicamente, o peso de uma fêmea representa entre 72% e 74% do peso de um macho.
Desde outubro, os preços do boi gordo no mercado interno começaram a reagir, e têm se mantido relativamente estáveis desde então. A pressão vinda do mercado externo ainda não tem permitido uma valorização mais acentuada.
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A China, maior cliente da carne brasileira, segue derrubando os preços, sendo abastecida pelo produto australiano. “A Austrália tem baixado o preço mais do que poderia, mas isso acabará em breve, o que fará a China voltar a praticar preços mais altos em breve”, disse Nogueira.
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