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Após “tempestade perfeita”, Plantae Agrocrédito volta a crescer

Carteira de crédito do banco, 100% digital e com foco no agro, deverá alcançar R$ 250 milhões até o fim do ano

Fernando Lopes

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Problemas climáticos, aumento de custos e queda de preços dos grãos e do boi reduziram o ritmo de crescimento da concessão de financiamentos do banco Plantae Agrocrédito entre o fim de 2022 e o primeiro semestre deste ano. Mas a melhora do cenário nas principais cadeias produtivas em que a instituição atua, com queda de custos e preços melhores, voltou a aquecer as operações.

Sem agências físicas e com atuação 100% digital, totalmente concentrada em clientes do agro, a instituição com sede em Presidente Prudente, no interior paulista, encerrou o ano passado com uma carteira de crédito de R$ 160 milhões. Segundo Wolney de Medeiros Arruda Filho, fundador e presidente do Plantae, atualmente são R$ 170 milhões, e a expectativa é encerrar 2023 com R$ 250 milhões.

Wolney de Medeiros Arruda Filho, fundador e presidente do Plantae (foto: Divulgação)

Segundo o executivo, a “tempestade perfeita” que se formou no segundo semestre de 2022 forçou o banco a ter uma postura mais cautelosa e a aprofundar as análises de crédito – o que, naturalmente, conteve o ritmo de expansão. Embora a inadimplência tenha permanecido baixa, próxima de zero, foi feito um aumento de capital de R$ 7 milhões para fortalecer a estrutura e uma diversificação da atuação está em curso.

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Criado há 23 anos, o Plantae atuava na área de fomento comercial e em 2021 recebeu autorização do Banco Central para operar como instituição financeira. O banco conta hoje com cerca de 400 clientes. Todos eles são agricultores e/ou pecuaristas, espalhados por São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e Goiás.

Na agricultura, a base de clientes da instituição é formada por pequenos e médios produtores de cana, laranja, grãos e eucalipto, principalmente. Os pecuaristas atendidos são de corte, mas o foco está sendo ampliado para a pecuária leiteira, formada majoritariamente por pequenos produtores.

O valor médio dos financiamentos do Plantae chega a cerca de R$ 650 mil por CPF ou CNPJ e o limite é R$ 3,5 milhões. O prazo médio de pagamento é de cinco meses, mas pode aumentar para 18 meses. A taxa média está em pouco mais de 1,7% ao mês, de acordo com Arruda Filho.

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As operações são isentas de IOF, uma vez que a garantia usada são os contratos de fornecimento dos produtores para as agroindústrias, baseados em Cédula do Produto Rural (CPR). Como na maioria das vezes o crédito concedido pela instituição é complementar aos recursos obtidos pelos produtores com outras linhas, o Plantae não pede as propriedades como garantia.

A instituição conta com cerca de 40 funcionários. Embora seja um banco digital, o Plantae tem uma equipe formada por dez gerentes e cinco correspondentes que costumam fechar os contratos presencialmente. Paralelamente, tem investido em sua plataforma de automatização das operações de crédito para ampliar a capacidade de fechamento de negócios.

Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023.