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Com importações diretas de produtos formulados em países como China e Índia, a AgriConnection, fundada no fim de 2019 em Campo Verde (MT), vem crescendo em ritmo forte no mercado brasileiro de defensivos agrícolas e planeja ampliar seu modelo de negócios para a área de fertilizantes a partir do ano que vem. A estratégia permite uma redução de custos entre 10% e 15%, uma vez que dispensa a intermediação das grandes multinacionais de insumos, e deverá levar o faturamento da empresa a alcançar R$ 1,7 bilhão em 2023.
O Brasil é um dos maiores importadores de agroquímicos do mundo, e as vendas de defensivos e fertilizantes aos produtores rurais do país superam US$ 20 bilhões por ano. Foi em busca de uma fatia desse bolo que Flavio Mata, Evaldo Carvalho e Daniel Dias criaram a AgriConnection, que começou a operar no início de 2020. Mata havia trabalhado em gigantes como a alemã Bayer e a americana Corteva, enquanto Carvalho teve passagens por Bayer, Corteva e pela também americana Dow AgroSciences e Dias por Dow, Bunge e Coonagro, entre outras.
“Com nossas experiências, vimos que era possível promover uma conexão direta entre fabricantes de insumos de grandes países fornecedores, como China e Índia, e consumidores no Brasil”, afirmou Mata ao IM Business. No mercado brasileiro de defensivos agrícolas, boa parte das vendas das grandes multinacionais também é formada por produtos importados de empresas chinesas ou indianas, entre outras. Daí porque a conexão direta pode reduzir custos, explicou o diretor-geral da AgriConnection.
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Nesse contexto, disse Daniel Dias, presidente do conselho de administração, a companhia se tornou um marketplace com força de vendas, serviços logísticos e alternativas de financiamento nos principais Estados agrícolas do Brasil. “Somos uma indústria sem fábrica”, realçou Mata. Redes do varejo de insumos como Lavoro e AgroGalaxy estão entre os clientes da AgriConnection, e a empresa costuma acessar diretamente agricultores de grande porte, com mais de 3 mil hectares.
Para fortalecer as operações de financiamento a clientes com “prazo safra” de pagamento, outra prática comum no mercado brasileiro, a companhia lançou um fundo próprio, no qual a XP é advisor, que já levantou R$ 100 milhões e poderá chegar a R$ 1 bilhão. A AgriConnection conta atualmente com 62 representantes de vendas no campo, e o número deverá aumentar para 80 em 2024, quando a empresa pretende começar a operar com fertilizantes – importados de países como Rússia e Marrocos, mas também produzidos no Brasil – e em outros segmentos do agro além dos grãos, como cana e pastagens.
Para este ano, a expectativa de crescimento do faturamento para R$ 1,7 bilhão, ante R$ 1,4 bilhão em 2022, é puxada pelo aumento da área plantada com grãos no país na safra 2023/24, que poderá bater um novo recorde. Em 2024, com o início das vendas de fertilizantes, a previsão é atingir R$ 3 bilhões. No ano 2000, quando o foco inicial estava concentrado nas vendas de defensivos para clientes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, foram R$ 260 milhões.
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