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SÃO PAULO – Ao longo de 2012, a redução das taxas de juros pelos bancos públicos foi essencial para as melhores condições de consumo do brasileiro. A opinião é do economista do Ibmec-RJ, (Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais), Mauro Rochlin. Para ele, num histórico de grande resistência dos bancos em diminuir taxas de juros, a postura do setor público bancário foi bastante positiva no decorrer deste ano, beneficiando o consumidor com melhores taxas de empréstimos.
“Passamos por uma grande novidade: os bancos públicos foram usados pelo Governo para quebrar o oligopólio existente”, relata Rochlin, ao falar que um pequeno número de bancos privados que controla a maior parte do setor. Para ele, à medida que as instituições públicas ajustaram suas taxas, as privadas também tiveram que fazer o mesmo para não perder clientes – melhorando assim a competitividade no setor.
“Estes bancos privados costumavam manter o preço do dinheiro caro, ou seja, os juros altos”, afirma o especialista, opinando que a situação ainda não é ideal, pois as taxas de juros não caíram na mesma medida que as reduções da Selic (taxa básica de juros), realizadas pelo Banco Central.
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Incentivos do Governo e projeções para 2013
Desde agosto de 2011 a taxa Selic vem passando por reduções. Ela iniciou 2012 em 10,5% e agora, na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), foi mantida a 7,25%. Rochilin elogia as decisões do Governo, mas ressalta a importância de mantermos o olho na inflação.
“A inflação vai determinar o cenário: se ela se mantiver mais comportada, com níveis mais baixos, isso poderá estimular o Copom a baixar ainda mais a Selic”, diz ele em relação às previsões para o próximo ano.”Não me surpreenderia em ver um declínio da inflação ao longo de 2013 e, consequentemente um estímulo ao Banco Central para baixar ainda mais a taxa básica de juros”, conta ele.
Relembre
A Selic passou por uma redução de 3,25 pontos percentuais entre janeiro e outubro de 2012, de 10,50% para 7,25% – sendo mantida em novembro. Frente ao cenário, os bancos reduziram suas taxas em diversas modalidades;
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Ainda no final de novembro de 2011, a Caixa Econômica Federal deu o pontapé inicial reduzindo os juros, acompanhando a queda da Selic. Foram cortados até 1 ponto percentual em suas linhas de empréstimos. Logo após veio o Banco do Brasil, em 1º de dezembro de 2011, reduzindo um pouco menos – até 0,29 p.p. em suas linhas.
Já em abril, o Banco do Brasil seguiu com os cortes. Os juros anuais do cheque especial, por exemplo, foram reduzidos em 67%. A Caixa alcançou cortes de até 45% no mesmo mês.
Ainda em abril, a presidente Dilma Rousseff havia criticado as taxas de juros e os spreads bancários (diferença entre taxa de captação pelos bancos e a cobrada dos clientes), dizendo que são “entraves para o crescimento sustentável do país”, afirmando ainda que eles precisavam ser igualados aos padrões internacionais.
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No segundo semestre de 2012, os bancos privados aceleraram os cortes nas taxas e as instituições públicas seguiram com suas reduções.
Em novembro deste ano, segundo divulgou o Procon-SP, as diferenças de taxas médias no cheque especial era de 4,27% da Caixa Econômica Federal, até 9,87% do Santander. Já a variação do empréstimo pessoal foram as seguintes: a menor taxa média continuou com a Caixa e a maior foi registrada pelo Itaú, de 6,56%.
Bolso do consumidor
Rochilin diz que até a metade de 2012 a inadimplência estava alta, inclusive nos financiamentos de carros e motos, entretanto, após o meio do ano o número de inadimplentes foi se estabilizando, então não é um quesito preocupante, segundo informou o professor.
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“É importante enfatizar o movimento dos bancos públicos, pois mesmo com a taxa Selic mais baixa, se não fossem essas instituições, não teríamos grandes impactos na atuação do consumidor”, explica ele ressaltando a liderança destes bancos no mercado de crédito. Rochilin ainda cita o caso da Caixa Econômica Federal, que passou a contar com muitos clientes das classes A e B atrás de financiamentos. “Na medida em que os bancos públicos forem mais competitivos buscando taxas mais baixas, os bancos privados serão obrigados a acompanhar as baixas de juros”, finaliza.
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