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SÃO PAULO – Para os meros mortais, viagens de avião geralmente significam longas horas de espera nos saguões dos aeroportos, poltronas apertadas, comida ensossa e uma noite de sono bem ruim.
Por outro lado, não há nada mais luxuoso do que voar com todo o conforto e vantagens de um jato particular. Esse é um privilégio reservado para poucos: empresários bilionários, principais executivos de grandes companhias, celebridades e outros membros do seleto 1% das pessoas mais ricas do mundo.
Entre as regalias estão ignorar filas de aeroportos, comer refeições preparadas por chefs particulares, saborear champanhes caros, acesso ao Wi-Fi, assistir televisão por satélite a 35 mil pés de altura e poder descansar em suítes completas com camas de casal.
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A especialista em viagens e ex-comissária bordo corporativa que trabalhou para a Delta Air Lines durante 17 anos, Carolyn Paddock , contou para o jornal Daily Mail como é voar em um jato particular.
Para começar, os comissários que são contratados para acompanhar os voos dos ricos são obrigados a assinar acordos de confidencialidade, ou seja, Carolyn não pode falar o nome de nenhum dos passageiros ilustres que já conheceu. Mesmo assim, ela conta que já entrou em um jato que foi equipado com uma máquina de Nespresso de US$ 72 mil dólares (R$ 230.320, de acordo com a cotação do Banco Central do Brasil do dia 26 de março de 2015), incluindo os custos de engenharia e de instalação.
Além disso, não é raro encontrar suítes privadas com banheiro. Segundo a especialista, um chuveiro chega a custar US$ 10 mil (R$ 31.989), uma vez que deve cumprir os rigorosos padrões de certificação da indústria. Já o sistema de entretenimento em voo de um Boeing 777 vale em torno de US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhões), enquanto um carrinho para servir o passageiro custa US$ 3 mil (R$ 9.596) e uma máquina de lavar louça US$ 100 mil (R$ 319.890).
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“A engenharia por trás da instalação dos itens é o que torna tudo extremamente caro. Uma TV de tela plana de 55 polegadas pode custar até US$ 28 mil (R$ 89.569)”, afirma.
Os gastos não acabam por aí. Uma única poltrona VIP de uma empresa especializada pode custar até US$ 45 mil (R$ 143.950), enquanto três lugares chegam a valer US$ 65 mil (R$ 207.928).
Para ter o máximo em luxo, o preço de compra de um novo Gulfstream G650 é de US$ 65 milhões (R$ 207,9 milhões). Além disso, os proprietários tendem a decorar seus interiores com produtos de marcas de grife, como Versace.
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Aqueles que não podem pagar por um jato privado, podem fretar um Boeing 777 por US$ 40 mil por hora (R$ 127 mil), incluindo a restauração, tripulação, taxas de aeroporto, estacionamento do aeroporto e outros custos. O preço por hora de um Boeing 767 é de US$ 25.000 (R$ 79.972).
Serviço
A viagem acaba não sendo prazerosa somente para os passageiros como também para a tripulação. Enquanto trabalhar para uma companhia aérea comercial proporciona maior segurança no emprego, mais flexibilidade com horários e mais oportunidades de se relacionar com os colegas, há uma abundância de benefícios em trabalhar em um jato particular.
“Se ele voa para o sul da França por uma semana, eu estou no sul da França por uma semana. A estadia em hotéis incríveis e minhas refeições já estão pagas”, conta Carolyn.
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Além disso, muitos ricos presenteiam a tripulação, incluindo altos valores em dinheiro. Alguns comissários chegam a receber gratificações que excedem os salários anuais de muitos de seus concorrentes comerciais. “Eu sei de um membro da tripulação que recebeu um 17mil euros (R$ 59.120) por um voo”.
No entanto, o passageiro é mais exigente. Os comissários de bordo em jatos particulares são obrigados a fornecer serviço personalizado e conhecer as preferencias dos passageiros. “Os voos privados são muito competitivos e seu sucesso nesta indústria é baseado no mérito e quem você conhece”.
Refeições
Quando se trata de refeições durante o voo, os pedidos são dos mais variados. Tem desde pizza e hambúrgueres servidos para bilionários, até as refeições mais finas que se esperam em aviões particulares.
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Os passageiros chegam a gastar US$ 600 (R$ 1.919) em garrafas de champanhe e US$ 7 mil (R$ 22.392) em caviar. Já talheres e louças comprados de fornecedores de luxo podem ser personalizados ou incrustados com ouro ou platina; um único prato de jantar chega a custar até US$ 1.000 (R$ 3.198) e uma faca US$ 500 (R$ 1.599). Não é inédito para um comissário de bordo servir o café de uma xícara de US$ 14 mil (R$ 44.784).
Sexo, drogas e rock’n roll
É evidente que os jatos privados contam com mais privacidade e liberdade que um avião comercial. Por isso, não são raros os casos de passageiros que achem que faz parte do trabalho da tripulação ter relações sexuais com ele.
A ex-comissária Saskia Swann documentou suas experiências em um livro intitulado “Gulfstream Girl: Confessions of a Private Jet Stewardess”. Nele, ela conta que um oligarca russo casado, esperava que seus comissários de bordo tivessem relações com ele enquanto viajava.
Com medo de perder o emprego, que estava a ajudando a pagar suas dívidas, ela tornou-se uma das amantes do bilionário e chegou a ficar grávida. Mas, largou o emprego depois de ter um aborto espontâneo.
Carolyn conta que nunca trabalhou em um avião que tivesse drogas. “Para um cliente, isso é algo muito arriscado. Eu estava na América do Sul e nosso avião foi revistado de cima a baixo pelos cães farejadores de drogas. Se drogas são encontradas há consequências muito graves”, explica.
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