Antes um “tiro no pé”, o iPhone 6 foi uma grande jogada da Apple

Na passagem de 2014 para 2015 a Apple vendeu 74,5 milhões unidades do iPhone nos primeiros três meses

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Antes mesmo de ser anunciado, o iPhone 6 era um dos lançamentos mais esperados de 2014 – e, levando em conta os rumores sobre como seria o smartphone, analistas preocupavam-se com os resultados que ele poderia trazer à empresa.

Foi um produto no qual a Apple inovou, lançando-o em dois tamanhos diferentes e seguindo a linha dos “phablets”, um aparelho híbrido de smartphone e tablet, que já começavam a fazer grande sucesso. Isso, por sua vez, deveria prejudicar as vendas já não tão boas do iPad.

Vale lembrar que Steve Jobs, já falecido fundador e CEO da empresa, era contra a fabricação de smartphones maiores. “Você não pode sustentar um aparelho maior nas mãos”, argumentou em uma entrevista coletiva em 2010. “Ninguém vai comprar isso”, enfatizava.

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Mesmo indo contra a filosofia de seu fundador, o aumento nos números da Apple foram notáveis ainda no ano passado, após o lançamento do iPhone 6: entre o 3º e 4º trimestres de 2014, o número de unidades vendidas saltou de 35 para 39 milhões, um aumento de 12%.

Já na transição de 2014 para 2015, o resultado foi ainda mais surpreendente, com 74,5 milhões de unidades vendidas nos primeiros três meses – um crescimento de 46%, gerando uma receita de US$ 51,2 bilhões no trimestre, um novo recorde para o aparelho. No total, a receita da Apple ficou em US$ 74,5 milhões.

Mais iPhone, menos Android
Analistas afirmam que um dos motivos que levou a Apple a apostar nos iPhones de 4,7 e 5,5 polegadas foi a concorrência com a rival Samsung – o Galaxy, seu principal smartphone, tem tamanho maior que o iPhone 5S e estava tomando uma fatia cada vez mais expressiva do mercado de smartphones.

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Neste aspecto, o iPhone 6 e 6 Plus foram um sucesso: pela primeira vez a fatia de mercado da Apple cresceu em relação a do Android, tomando conta de dois mercados chave do concorrente.

Na Europa, segundo dados da Kantar Worldpanel ComTech, um terço dos novos consumidores da Apple antes utilizavam Android. “No primeiro trimestre de 2015, o iPhone 6 e 6 Plus continuou atraindo consumidores na Europa, inclusive os que antes possuíam um smartphone Android”, disse a pesquisadora Carolina Milanesi.

O crescimento também foi notável na China: no primeiro trimestre de 2014, a Apple detinha apenas 17,9% do mercado, número que subiu para 26,1% após o lançamento dos últimos modelos do iPhone.

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O próximo iPhone
 O próximo smartphone da empresa, o possível iPhone 6S, deve ser lançado ainda em setembro de 2015 e, segundo rumores, deve ter grandes mudanças em relação a seu antecessor. O analista Ming-Chi Kuo afirmou, sobre o novo aparelho, que apenas algumas unidades devem vir com tela de safira, muito mais resistente do que o vidro utilizado.

Algumas características do iPhone 6 e 6 Plus, como as duas opções de tamanho e maior variedade de cor, devem ser mantidas. Uma possível versão de 4 polegadas também deve substituir o antigo iPhone 5C, tendo um preço mais baixo e mais manuseável para mulheres – após críticas ao iPhone 6 e 6 Plus que diziam que os aparelhos eram muito grandes para serem utilizados com uma mão feminina.  

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