Seguro de carro para motoristas da Uber e 99 é até 64% mais caro que para motoristas convencionais

Preços do seguro para carros usados em corridas de apps teve aumento de 24% nos últimos doze meses 

Júlia Miozzo

Carros estacionados em SP
Carros estacionados em SP

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SÃO PAULO – Um levantamento feito pelo portal ComparaOnline aponta que o preço do seguro para carros usados por motoristas de aplicativos, como o Uber, 99 e Cabify, teve aumento de 24% nos últimos doze meses. Os valores de seguro para motoristas convencionais, por sua vez, teve aumento somente de 5%.

Isso pode ser explicado, segundo o CEO da ComparaOnline, Paulo Marchetti, pelo fato de os aplicativos de corrida ainda serem relativamente novos para as seguradoras, que há pouco começaram a entender o risco específico deste perfil.

“Quando os aplicativos chegaram no mercado, as seguradoras enquadravam os carros desses motoristas no perfil de carros particulares, e os motoristas como convencionais. Obviamente, o risco do perfil em questão era muito maior, e isso fez com que o número das sinistralidades aumentasse substancialmente”, disse. 

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Alguns motivos explicam o risco mais alto: além de os carros serem mais usados, rodarem mais, eles também apresentam maior incidência de roubo que os táxis e carros particulares. “O que observamos também é muitos dos motoristas eram profissionais liberais que compraram um carro e se aventuraram pelos aplicativos. Eles não tinham carros ou seguros antes, foi difícil para as seguradoras entender o risco desse motorista já que não tinha um histórico do mesmo”, explicou Paulo. 

O estudo também apontou quais são os carros favoritos pelos motoristas de apps e a diferença nos preços médios do seguro de cada um, considerando se são ou não usados em corridas de aplicativos. 

O Chevrolet Prisma é o modelo mais comum e apresenta variação de 11% no preço do seguro, de R$ 4.688,02 para R$ 5.225,07 se for usado para tais fins. Essa é uma das variações mais baixas: segundo o estudo, pode ser de até 64% – caso do Gol, cujo seguro aumenta de R$ 2.937,79 para R$ 4.805,73 se o carro for usado nas corridas de aplicativos.

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Essa diferença no reajuste dos seguros pode ser explicada por dois motivos: o custo de reposição de peças, em caso de colisção, é mais barato para alguns modelos; além disso, segundo Paulo, a visibilidade de alguns modelos pode levar a maior incidência de roubos e, assim, aumento do risco. 

Nem todas as seguradoras brasileiras aceitam o cálculo do seguro para os carros usados em corridas de aplicativos – Itaú, Allianz e HDI são algumas das que ainda não o fazem. Por isso, foram consideradas para o levantamento a Sulamérica, Porto Seguro, Azul, Liberty, Tokio Marine, Sompo, Mapfre, Bradesco e Cardif. 

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