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SÃO PAULO – Comentando os impactos que a atual crise política boliviana poderá ter sobre a oferta de gás natural (GN) no Brasil e nas ações da Petrobras, Comgás e Confab, o Banco Espírito Santo (BES) e a corretora de valores Socopa publicaram relatórios.
Apesar da dificuldade de prever os reais impactos que a efetiva interrupção da oferta de gás boliviana poderiam ter, os analistas acreditam que a atual crise deve ser contornada, uma vez que essa interrupção seria bastante prejudicial para a própria Bolívia, que apresenta uma estrutura financeira bastante ligada à comercialização de hidrocarbonetos.
Em relação às medidas emergenciais anunciadas pelo Governo e Petrobras para a garantir o fornecimento de gás natural, como a utilização de combustíveis substitutos e redução do consumo do produto por refinarias e termoelétricas, o BES comenta que todas são aplicáveis em um curto espaço de tempo, mas dificilmente vão manter a normalidade no abastecimento de gás, caso a interrupção da oferta de gás se mantenha por um tempo maior.
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Impactos adicionais na economia e nas empresas
Um dos impactos é elevar a volatilidade das ações das empresas que vendem ou utilizam gás em suas atividades, como siderurgia, que vêm estudando a troca do gás natural pelo carvão vegetal. O setor de energia elétrica dificilmente será prejudicado, devido ao alto nível dos reservatórios de água das hidroelétricas, e as distribuidoras do insumo, com destaque para as ações da Comgás, parecem já ter precificado a atual crise, segundo os analistas. Outros impactos sobre as atividades do setor foram listados.
Dentre eles, o mais relevante é que fica cada vez mais claro que o Governo e as empresas do setor devem elevar seus esforços para reduzir a dependência do gás natural proveniente da Bolívia, com o aumento dos investimentos nesse segmento. Essa percepção é embasada nos esforços da Petrobras em elevar sua produção de gás natural, no potencial de produção da Bacia de Campos e nas boas perspectivas do setor, com a demanda dos setores automotivo, siderúrgico e metalúrgico crescendo de forma consistente.
Vale lembrar que, além da possibilidade de elevar seus ganhos, o interesse da Petrobras em aumentar sua participação no segmento de gás é importante para a matriz energética do país. Atualmente, a participação da venda de GN nas contas da estatal é de apenas 4%.
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Confab: perspectivas seguem otimistas
Apesar da crise na Bolívia gerar incertezas sobre a construção do Gasene, gasoduto que ligará a região sudeste à nordeste e que será construído pela Petrobras e a Sinopec, estatal petrolífera chinesa, os analistas da Socopa acreditam que as perspectivas para a Confab, empresa líder na produção e fornecimento de tubos de aço para a indústria energética brasileira e que fornecerá os tubos deste projeto, ainda são positivas.
Mesmo que ocorra um atraso na assinatura dos contratos do Gasene, o que pode penalizar os papéis da Confab no curtíssimo prazo, a Petrobras, que vai publicar no fim do mês a revisão do seu Plano Estratégico, deve anunciar um aumento e a antecipação de seus investimentos no segmento de produção de gás, com a construção de novos gasodutos no país e América Latina.
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