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SÃO PAULO – O juiz federal Sergio Moro manteve para hoje (29), às 14h (horário de Brasília), na sede da Justiça Federal, em Curitiba, o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na ação penal que ele responde na Operação Lava Jato.
Moro negou pedido da defesa do ex-ministro para o adiamento da oitiva até que o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque finalize as negociações sobre o acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal. Moro explicou que os advogados não têm direito de saber se o acordo de delação está em curso. Além disso, o juiz destacou que não há previsão legal para adiar o depoimento antes de declarações de delatores.
E, conforme destacado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta semana, o depoimento de Dirceu se transformou em mais um motivo de preocupação para a cúpula do PT. Teme-se que, em sua defesa das acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Dirceu
aponte o partido como responsável por indicações na Petrobras. Isso abriria um novo flanco de investigação contra dirigentes e ex-dirigentes petistas.
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Outro temor é de que o ex-ministro utilize um de seus ex-assessores e amigos que também são alvos da operação para apontar novos nomes.
A defesa afirmou que José Dirceu não vai ficar calado durante o depoimento e que vai esclarecer todos os fatos imputados a ele.
Mudança na delação
Vale ressaltar que, ontem, o empresário Fernando Moura Hourneaux, que delatou Dirceu, admitiu ter mentido durante interrogatório ao juiz Moro. Após ter culpado o ex-ministro da Casa Civil nas delações assinadas com o MPF, Moura voltou atrás ao ser interrogado pelo juiz, mas voltou a incriminar o ex-ministro após os procuradores da Lava Jato ameaçarem anular o seu acordo de delação premiada.
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Moura confirma agora que Dirceu recebia propina de empreiteiras e que sabia que esse dinheiro era proveniente de desvios na Petrobras. “Eu tenho certeza que ele tinha [conhecimento]”, afirmou, segundo a Folha de S. Paulo, apesar de acrescentar que nunca tratou diretamente do assunto com o ex-ministro. Moura prestou depoimento ao Moro no qual negou que Dirceu tivesse sido o responsável pela indicação de Renato Duque à diretoria de Serviços da Petrobras e sugerido que ele saísse do Brasil durante o mensalão.
Aos procuradores, Moura disse que estava disposto a negar, perante Moro, as declarações prestadas nas delações. O empresário explicou que, um dia antes de embarcar para Curitiba para prestar depoimento, foi abordado por uma pesssoa em Vinhedo (SP), onde mora.
Segundo ele, o desconhecido perguntou sobre seus netos, que moram no Rio Grande do Sul. Diante da abordagem, o delator disse que ficou transtornado e passou a temer pela segurança de sua família.
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“Eu ia negar toda a minha delação. Eu só não iria negar dois fatos, o Duque [Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras] e a Hope [empresa acusada de fraudar contratos com a estatal], porque a pessoa que me abordou não tinha sotaque carioca, tinha sotaque paulista. Essa foi minha atitude”, informou aos procuradores.
No depoimento, Moura pediu uma segunda chance aos procuradores da Lava Jato e ao juiz Sergio Moro. “Se o juiz Moro quiser me ouvir, tenho coisas a falar e a acrescentar. Errei muito feio, não sei nem se tem justiificativa o que fiz.”
(Com Agência Brasil)
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