Confab e AES Tietê dividem a preferência no consenso do mercado

Companhia do setor elétrico lidera MCI elaborado pela InfoMoney pelo 8º mês seguido, enquanto a Confab é novata na posição

Anderson Figo

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SÃO PAULO –  Pela oitava vez desde que teve início a compilação elaborada pela InfoMoney – em fevereiro de 2007 -, as ações ordinárias da AES Tietê (GETI3) conseguiram a preferência dos analistas em setembro, dividindo o posto com os ativos PN da Confab (CNFB4), estreantes nesta posição do ranking, de acordo com o MCI (índice de consenso de mercado).

O indicador, que compila a análise de 24 corretoras e bancos de investimento, atribuiu a nota 5,00 (em uma escala de 0 a 5) aos papéis da AES e da Confab, refletindo principalmente as boas perspectivas para os setores elétrico e industrial no Brasil.

Para uma melhor interpretação do MCI, é sempre importante considerar o número de avaliações atribuídas a cada ativo. Uma maior quantidade de opiniões tende a tornar mais robusta a sugestão. Neste caso especificamente, vale ressaltar que os papéis da AES Tietê e da Confab receberam o limite mínimo para serem considerados dentro da metodologia do indicador: três sugestões cada.

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Outro ponto importante do indicador é que ele considera os princípios de análise fundamentalista, sendo, portanto, mais recomendado para investidores que atuam com foco no longo prazo.

Oitava vez na liderança
As boas percepções para a AES Tietê se espelham no maior consumo de energia no País. Segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o consumo médio de energia nas residências brasileiras até agosto deste ano foi de 157 KWh por mês. Em comparação com igual período do ano passado, entre janeiro e agosto deste ano, houve alta de 3,5%. De acordo com a EPE, o crescimento teria sido maior não fosse a baixa taxa registrada no Sudeste e uma desaceleração mensurada no Nordeste.

Alimentando ainda mais as opiniões positivas sobre o setor, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, afastou, na última segunda-feira, a hipótese de um possível racionamento de energia no País, que experimenta um aumento progressivo do consumo, além de conviver com a seca, responsável por provocar a redução do nível dos reservatórios das hidrelétricas.

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As mais recomendadas
Ação MCI Avaliações
AES Tietê ON 5,00 3
Confab PN 5,00 3
Bradesco PN 4,86 9
Vale ON 4,80 5
Banco Panamericano PN 4,67 3
Fosfertil PN 4,58 3
Vale PNA 4,56 8
Gerdau PN 4,52 11
Banco do Brasil ON 4,47 9
Randon PN 4,38 6

“Graças aos investimentos que foram feitos na expansão do setor elétrico, temos hoje uma situação de total tranquilidade. Mesmo com essas fortes taxas de crescimento da demanda e o fato de estarmos passando por uma seca no País, com os reservatórios no nível mais baixo, a situação é de tranquilidade neste ano e no ano que vem”, disse. O presidente da EPE garantiu que, com a expansão já contratada e garantida, o Brasil tem condições de crescer 7% ao ano até 2014.

Em sua carteira recomendada para outubro, a Brascan Corretora inclui as ações da AES Tietê por acreditar que os dados da EPE confirmam a previsão de continuidade de crescimento em 2010. A corretora defende conjugar o crescimento do mercado de energia com elevadas perspectivas de pagamento de dividendos em sua tese de investimentos.

Confab: primeira vez no topo do ranking
Dividindo o topo do MCI pela primeira vez, os papéis da Confab refletem as boas perspectivas para o setor industrial, em especial para aquelas companhias ligadas ao setor de petróleo. Fabricante de tubos de condução para saneamento e combustíveis, a empresa pode se beneficiar dos investimentos que serão feitos para a extração e produção de petróleo na camada pré-sal.

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Em sua última carteira semanal, a Socopa Corretora justificou a inclusão desta ação entre suas recomendações por enxergar um cenário favorável para a Confab nos próximos meses, baseado na possível retomada da demanda por seus produtos. “Os papéis da companhia ofereceram boa oportunidade de compra após os reflexos negativos da estagnação de sua carteira de pedidos, que deteriorou seus últimos resultados divulgados”, diz a corretora.

A capitalização da Petrobras é outro fator que deve trazer impulso aos investimentos destinados a este setor, o que pode refletir positivamente nos resultados da Confab.

Bradesco completa o pódio
Com nove recomendações no mês, os papéis do Bradesco atingiram nota 4,86 no MCI de setembro. O setor de bancos é intimamente ligado às perspectivas para a economia brasileira, sendo que estas têm mostrado dados cada vez mais otimistas. 

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Os bancos vislumbram um cenário de crescimento econômico maior, mas com aumento de preços mais moderado para este ano, disse o economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, com base em pesquisa divulgada em meados deste mês. De acordo com os dados, o crescimento do PIB brasileiro esperado pelos bancos é de 7,4% para este ano, enquanto uma pesquisa realizada em agosto havia projetado alta de 7,2%. “A expectativa é de que a economia vai continuar crescendo, porque o consumo está crescendo e o investimento está se recuperando”, afirmou Sardenberg.

“O Bradesco possui uma ampla base de clientes pessoa física o que lhe garante grande vantagem competitiva em virtude do baixo custo de captação de recursos”, disse a Concórdia em sua última carteira semanal.

O que é o MCI?
O Market Consensus Indicator (MCI) tem como principal objetivo facilitar as decisões de investimento dos usuários do site no mercado de ações. Considerando uma amostra com informações e projeções de diversos bancos de investimento e corretoras, o benchmark busca trazer um indicador de consenso entre os analistas de mercado a respeito das recomendações de uma determinada ação.

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Variando em uma escala de 0 (venda forte) a 5 (compra forte), o indicador é calculado a partir das recomendações dos analistas consultados, trazendo um resumo do consenso. É importante destacar que o MCI é calculado apenas para ações com ao menos três recomendações de analistas distintos.

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