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SÃO PAULO – Em relatório, a Polícia Federal apontou indícios de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) usava dois celulares com linhas telefônicas supostamente registradas em nome de laranjas para fazer ligações sigilosas, segundo informa O Globo.
O relatório foi elaborado a partir da análise de objetos e documentos que foram apreendidos no apartamento do senador em Ipanema, no Rio de Janeiro, em 18 de maio. As ordens judiciais de busca e apreensão foram expedidas pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), com base na delação premiada do empresário Joesley Batista, do grupo J&F. Joesley gravou Aécio pedindo a ele R$ 2 milhões para, supostamente, pagar os honorários do advogado que o defendia nos processos da Lava Jato.
De acordo com a perícia da Polícia Federal, “aparelhos celulares simples” foram encontrados pelos agentes na sala de TV e no closet do apartamento.
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“Pelas descrições dos itens 20 e 25 acima, tratam-se de aparelhos telefônicos simples/descartáveis normalmente utilizados para conversas ponto-aponto (análogo a uma rede fechada) com pessoas determinadas/restritas de modo a evitar eventuais vazamentos do número utilizado na ligação, visando a maximização do sigilo das ligações”, aponta o relatório da PF.
Os celulares pré-pagos estavam registrados em nome de duas pessoas diferentes: Laércio de Oliveira, agricultor que trabalha no cultivo de café em fazendas do interior de Minas e Mitil Ilchaer Silva Durao, montador de andaimes com endereço registrado no Espírito Santo.
A perícia apontou ainda que Laércio de Oliveira “é uma pessoa simples, agricultor de café que, em tese, não pertence ao convívio social” de Aécio, sugerindo que, por esse motivo, os dados pessoais do agricultor podem “ter sido usados para habilitação da linha sem o seu consentimento”.
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Além das duas linhas telefônicas, os peritos da PF descobriram que um dos aparelhos já havia sido registrado em nome de pessoas que tinham vínculos empregatícios com a irmã de Aécio, a jornalista Andréa Neves. São elas: Valquiria Julia da Silva, que trabalha como empregada doméstica de Andréa Neves desde 2009, e Agnaldo Soares, que trabalhou como motorista da irmã de Aécio no ano passado.
O advogado Alberto Toron, responsável pela defesa de Aécio, afirmou que não poderia comentar as conclusões do relatório da PF porque não teve acesso ao documento. “Eu não tive acesso ao documento. Para responder qualquer coisa, teria que consultar Aécio para ter meios de responder. Sem falar com ele, é absolutamente impossível responder qualquer coisa a esse respeito”, disse Toron.
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