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SÃO PAULO – A ida de João Doria (PSDB) ao segundo turno liderando a corrida para o governo de São Paulo não mitiga o quadro de possível perda de força dos tucanos na cena política nacional, como deve se observar com outros partidos, como do MDB e do PT.
Por outro lado, dá chances ao partido para evitar danos ainda maiores em um processo eleitoral duro, em que a voz de uma renovação nos quadros políticos desafiou lideranças tradicionais. Afinal, a legenda pode preservar o comando do governo paulista. Tal situação, contudo, teve um preço para que fosse configurada.
É o que observa o cientista político Paulo Moura, especialista em comunicação política. Para ele, o bom desempenho do tucano e seu distanciamento em relação ao adversário Paulo Skaf (MDB) na reta final precisa ser observada no contexto de sua aproximação a Jair Bolsonaro (PSL), líder na corrida presidencial.
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E este já deve ser fator de divisão entre os tucanos, seja em posicionamentos na disputa pela sucessão de Michel Temer, seja nos rumos do partido ao longo dos próximos quatro anos, sobretudo caso Bolsonaro seja consagrado pelas urnas – já que, neste caso, parte importante da oposição seria ocupada pelo próprio PT.
“Não há dúvida que o PSDB é um dos grades derrotados nesta eleição”, observou o especialista ainda durante a apuração das urnas, sem a consolidação dos resultados.
Na corrida presidencial, o candidato do partido, Geraldo Alckmin, ficou na quarta posição, com menos de 5% dos votos. Os tucanos também foram derrotados em estados como Mato Grosso e Goiás. Em Minas Gerais, Antonio Anastasia tem uma dura disputa de segundo turno contra Romeu Zema (Novo).
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Para Moura, foi decisivo para a sobrevivência em condições competitivas de Doria na corrida em São Paulo o fato de ter acenado antes a Bolsonaro do que Skaf. Mas agora o partido deve viver um dilema, uma vez que a sobrevivência em sua cidadela depende de um nome que não alimenta consensos – e cuja estratégia de aproximação com Bolsonaro deve ser alvo de contestações e contradições no ninho tucano.
Tal roteiro complexo evidencia o novo momento tucano. “Espaço do antipetismo [antes ocupado pelo PSDB] foi ocupado por outra força mais contundente e competente”, diagnosticou Moura.
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