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SÃO PAULO – Na reta final da eleição presidencial, diversos veículos da imprensa estrangeira passaram a atacar (ainda mais) o candidato Jair Bolsonaro (PSL). Nesta quinta-feira (25), The Economist e Financial Times publicaram dois artigos cada um fazendo duras críticas ao líder das pesquisas para ser o próximo presidente do Brasil.
Em matéria bastante extensa sobre a opinião pública brasileira, o jornal britânico Financial Times diz que Bolsonaro, como uma ameaça, representa uma “bola de demolição” na política brasileira pelos seus opositores. E esta visão, de acordo com o texto, surgiu da ideia de que ele é uma reação ao atual cenário de crise pela qual o País passa.
Já em segundo texto publicado hoje, o FT afirma que uma vitória do deputado coloca em a democracia brasileira em teste. A publicação diz que há quem veja um exagero nos riscos apontados contra Bolsonaro, de que ele seria “apenas conversa” diante de instituições brasileiras robustas.
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Por outro lado, o jornal deixa um alerta: “eles podem estar certos. Mas a experiência recente sugere que poucas democracias podem conter completamente um autocrata determinado com um forte mandato”.
“Quando um candidato anuncia que ele irá atrás da imprensa, usa o estado para atacar seus oponentes e intimidar os tribunais, ele geralmente quer dizer isso mesmo”, conclui a matéria.
Já The Economist, como já tem sido comum nas últimas semanas, voltou a fazer duras críticas contra candidato em sua edição desta semana. Sob o título “Jair Bolsonaro e a perversão do liberalismo“, a revista diz que o País está “revivendo o casamento profano da América Latina entre economia de mercado e autoritarismo político”.
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“Sob uma presidência de Bolsonaro, o Brasil poderia esperar por uma economia reformada e de crescimento mais acelerado e por um presidente que mantivesse seus impulsos autoritários sob controle. Mas há muitos riscos”, afirma a Economist.
De acordo com a revista, o cenário pode parecer bom agora, mas há um grande perigo caso, por exemplo, “uma presidência de Bolsonaro desmoronasse em um conflito permanente, tanto dentro do governo quanto entre ele e uma oposição inflamada”.
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“Frustrado, ele poderia atacar a legislatura e os tribunais. Separar a liberdade econômica e política pode parecer um atalho para o desenvolvimento. Mas na América Latina raramente o é: a demanda por um governo forte competiu com um persistente desejo de liberdade”, conclui a publicação.
Em outro artigo, a Economist diz que a eleição de um homem com o perfil autoritário como Bolsonaro é uma “tragédia” para o País. “Os piores efeitos de uma presidência de Bolsonaro podem ser mais difíceis de conter”, afirma o texto citando elogios do candidato à ditadura e insinuações de que seus oponentes políticos são inimigos do Estado.
“Ele provavelmente não pretende ser um ditador. Mas sua retórica corrosiva pode tornar os brasileiros mais receptivos à autocracia no futuro. Para enfrentar isso, o Brasil precisa de uma oposição que defenda as normas democráticas e um exército determinado a permanecer escrupulosamente apolítico”, afirma.
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A Economist conclui dizendo que, desesperados, “os brasileiros estão prestes a rejeitar um partido desacreditado em favor de um aventureiro político com idéias repulsivas”. “É improvável que isso dê certo. Legisladores, juízes, jornalistas e funcionários públicos terão que trabalhar duro para limitar os danos”, encerra o texto.
No último fim de semana, o jornal americano The New York Times também chamou atenção ao dizer que esta eleição é uma “escolha triste para o Brasil”. “A escolha é dos brasileiros. Mas é um dia triste para a democracia quando a desordem e o desapontamento levam os eleitores à distração e abrem as portas para ofensivos, cruéis e violentos populistas”, dizia o editorial do NYT.
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