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SÃO PAULO – Cinco bancos e corretoras revisaram suas estimativas para ações dos setores de construção civil, financeiro e frigoríficos.
O principal destaque ficou com as imobiliárias, com a Cyrela sendo a mais citada entre os analistas. A empresa foi a única do setor que recebeu recomendação de compra – tanto pelo Banco Espírito Santo quanto Ágora -, enquanto BTG Pactual elevou sua recomendação e preço-alvo.
Quem também chamou atenção foram os frigoríficos. A BRF (BRFS3) foi listada como a preferida pelo HSBC num relatório divulgado trimestralmente com análise do setor. No mesmo dia, o mesmo banco de investimentos classificou o Itaú Unibanco (ITUB4) como seu preferido. Confira as recomendações:
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BES revisa setor de construção civil
O BES se mostrou cauteloso com as construtoras brasileiras no curto prazo, e espera que as empresas reportem resultados fracos no quarto trimestre de 2012.
Os analistas Eduardo Silveira e Frederico Mendes apontam que as companhias devem continuar apresentando problemas de execução devido ao aumento de entrega de projetos entre os meses de outubro e dezembro do ano passado.
Assim, eles separam as empresas do setor em três grupos: Cyrela (CYRE3) e MRV Engenharia (MRVE3) parecem estar à frente de seus competidores em termos de reestruturação, ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, na sigla em inglês) e alavancagem. Por sua vez, a Gafisa (GFSA3) e Brookfield (BISA3) devem reportar resultados fracos, mas sem grandes surpresas, o que eles consideram como positivo diante do cenário atual.
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No último grupo, aparecem Tecnisa (TCSA3), Rossi (RSID3) e PDG Realty (PDGR3), que devem reportar resultados decepcionantes, com espaço para mais surpresas negativas, como excesso de custo, cancelamento de vendas, provisões e reversões de receita, avaliam.
Cyrela: Ágora corta preço-alvo, mas BTG eleva
A Cyrela (CYRE3) foi o principal alvo dos analistas. A Ágora/Bradesco Corretora cortou o preço-alvo da ação para R$ 21,30 em dezembro de 2013 – o que representa um potencial de valorização de 27,54% em relação ao fechamento da última terça-feira (19), tendo em vista as menores projeções de lançamentos de empreendimentos sob participação da Cyrela, avalia José Cataldo, analista da corretora.
Por outro lado, a construtora viu a recomendação dada pelo BTG Pactual ser elevada de venda para neutra, com o preço-alvo subindo de R$ 16,00 para R$ 19,00 – upside de 13,77%. Para Marcello Milman e Gustavo Cambauva, analistas que assinam o relatório do banco, a companhia vai mostrar crescimento de 15% no número de lançamentos em 2013 com a aprovação de grandes projetos nas principais cidades, deixando para trás a decepção com a queda do volume de vendas em 2012.
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Itaú Unibanco na lista de preferências do HSBC
Já no setor financeiro, o HSBC reiterou recomendação overweight (desempenho acima da média) para as ações do Itaú Unibanco (ITUB4), e indicou preferência para os papéis do banco na América Latina.
Segundo os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago, o Itaú Unibanco está mais bem posicionado para alavancar melhor qualidade de crédito em 2013, o que associado ao controle de custos e à retomada no crescimento de prestações de serviços pode conter erosão de margens que está comprimindo os resultados.
“Vemos que o pior em termos da fragilidade no segmento de crédito ao consumidor já passou e que a pressão sobre os resultados dos bancos comerciais deve afrouxar, conforme a inadimplência melhora e o crescimento do crédito se recupera”, reforçam.
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Bradesco revisa preço-alvo para unit do Santander
Por sua vez, o Bradesco reiterou recomendação marketperform (desempenho em linha da média) das ações do Santander (SANB11), em função de estimativas mais baixas para receita líquida de juros, enquanto a evolução do cenário de crédito ainda é incerta. O preço-alvo dos papéis foi revisado para baixo, de R$ 18,25 para R$ 18,00.
BRF: a preferida do HSBC no setor
Por fim, o HSBC revisou o setor de carnes e reiterou sua preferência para os papéis da BRF (BRFS3), no aguardo de resultados sólidos no quarto trimestre e expansão significativa de margens em 2013, em função da queda nos preços de grãos, de recuperação nos mercados de exportação e de aumentos de preços, com administração agora concentrada em suas operações e não na implementação das taxas do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Já o frigorífico JBS (JBSS3) os analistas veem como uma empresa em melhor posição para tirar proveito da melhoria no segmento de proteínas dos Estados Unidos e da forte dinâmica de carne bovina no Brasil, enquanto apontam que o foco do Minerva (BEEF3) no segmento de carnes no mercado interno é o maior dos seus pares e a reestruturação da dívida deve trazer um aumento de fluxo de caixa.
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No caso do Marfrig (MRFG3), eles mantêm cautela no curto prazo, uma vez que a alavancagem da empresa continua alta, ao passo que as melhorias decorrentes dos ativos da BRF devem ser compensados pelas despesas de integração.
Confira as projeções dos analistas:
Banco/Corretora | Empresas | Ticker | Recomendação | Preço-alvo | Upside* |
Ágora | Cyrela | CYRE3 | Compra | R$ 21,30 | +27,54% |
BES | Brookfield | BISA3 | Neutro | R$ 4,00 | +26,18% |
Cyrela | CYRE3 | Compra | R$ 20,00 | +19,76% | |
Gafisa | GFSA3 | Neutro | R$ 4,50 | +6,13% | |
MRV | MRVE3 | Neutro | R$ 12,00 | +2,92% | |
PDG Realty | PDGR3 | Venda | R$ 2,50 | -19,09% | |
Rossi | RSID3 | Venda | R$ 5,00 | +31,58% | |
Tecnisa | TCSA3 | Neutro | R$ 11,00 | +38,02% | |
BTG Pactual | Cyrela | CYRE3 | Neutro | R$ 19,00 | +13,77% |
Bradesco | Santander | SANB11 | Marketperform | R$ 18,00 | +24,83% |
HSBC | Itaú Unibanco | ITUB4 | Overweight | R$ 41,00 | +17,61% |
Marfrig | MRFG3 | Neutro | R$ 12,00 | +21,33% | |
Minerva | BEEF3 | Overweight | R$ 15,00 | +13,38% | |
JBS | JBSS3 | Overweight | R$ 9,00 | +25,70% | |
Brasil Foods | BRFS3 | Overweight | R$ 48,00 | +13,64% | |
*Upside: potencial de valorização em relação ao fechamento da última terça-feira (19) |