Clientes bancários não devem se preocupar com o caso PanAmericano

Fundo que garante os depositantes no sistema financeiro fez empréstimo de R$ 2,5 bi à holding do PanAmericano

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Quem tem depósitos em banco não deve se preocupar com o valor que foi emprestado pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) ao Banco PanAmericano.

“O que o FGC está fazendo é um empréstimo, de forma estruturada e com garantia de bens. Ele aplicou parte do seu dinheiro no PanAmericano, e com toda a garantia dos bens do Silvio Santos”, explicou a professora da FGV (Fundação Getulio Vargas), Myrian Lund.

O patrimônio social do FGC é de R$ 25,8 bilhões, segundo a demonstração financeira datada de 30 de setembro deste ano, enquanto o volume que foi emprestado ao PanAmericano ficou em R$ 2,5 bilhões.

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“De forma alguma as pessoas têm de se preocupar, porque o FGC tem um alto patrimônio e o que saiu é um percentual muito baixo. Se o PanAmericano fosse liquidado, todo mundo teria direito a receber o valor que estava depositado e sairia muito mais dinheiro”, explicou.

O FGC
Mesmo se o banco quebrasse e saísse uma alta quantia do FGC, não haveria motivo para se preocupar, já que a função do fundo é garantir os depositantes.

De acordo com o presidente da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), Renato Oliva, o FGC foi constituído a partir de acordos e resoluções que determinaram que os bancos seriam obrigados a direcionar um percentual de seus depósitos a prazo em um fundo gerido por pessoas ligadas ao setor, mas com autonomia.

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O fundo tem por objetivos prestar garantia de créditos contra instituições associadas ou a favor dos depositantes, nas hipóteses de decretação da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da associada e reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência da associada.

“Está é a primeira vez que o FGC faz empréstimo para uma holding de um banco, que pertence ao Silvio Santos”, explicou ele, que ainda disse que o fundo poderia deixar o PanAmericano quebrar, o que o obrigaria a cobrir os depósitos de todos os clientes ou emprestar o dinheiro.

O caso
Em nota enviada ao mercado na terça-feira (9), o Banco PanAmericano anunciou que o Grupo Silvio Santos, seu acionista controlador, realizou um aporte de capital de R$ 2,5 bilhões, obtidos por meio de operação contratada com o FGC integralmente garantida por bens do patrimônio do grupo.

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De acordo com o documento, o objetivo da operação é “restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade”.

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