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SÃO PAULO – Após a duras críticas do Financial Times no início da semana, agora é a vez da The Economist tecer comentários sobre a atual crise do governo. Sob o título “Jair Bolsonaro, aprendiz de presidente do Brasil”, a revista diz que “a menos que ele pare de provocar e aprenda a governar, seu mandato poderá ser curto”.
A matéria começa destacando que uma das principais razões para a vitória da Bolsonaro na eleição do ano passado é que ele prometeu colocar a economia nacional em movimento, após quatro anos de queda. E ao nomear Paulo Guedes como seu super-ministro da Economia, ele ainda ganhou apoio de empresários e do mercado.
“Muitos supunham que a chegada do governo de Bolsonaro por si só daria vida à economia. Mas três meses depois, ela continua tão moribunda quanto sempre”, afirma a Economist ressaltando que Bolsonaro não está ajudando nada na tarefa de Guedes para aprovar a reforma da Previdência.
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A publicação diz que para aprovar a Previdência é preciso uma “liderança do topo” e que isso está ausente no governo até agora. “Em sua campanha, Bolsonaro denunciou a ‘velha política’ corrupta da barganha no congresso. No entanto, ele não tem nenhuma estratégia alternativa para comandar a legislatura”, afirma o texto.
Em seguida, a Economist diz que Bolsonaro “desafiou desnecessariamente alguns aliados”, e relembra a confusão com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e as declarações do filho Carlos Bolsonaro, que incomodou o deputado e atiçou os ânimos entre Executivo e Legislativo. “Mas a reforma previdenciária parece certa que vai sofrer atrasos e diluição”, diz.
“O maior problema é que Bolsonaro ainda não mostrou que entende seu novo emprego”, segue a publicação destacando o pedido do presidente para que as Forças Armadas comemorem o aniversário do golpe militar de 1964.
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Por fim, a Economist diz que “por mais que detestem Bolsonaro, a oposição não deveria querer que ele não consiga concluir seu mandato”. “Ainda é cedo. Mas a sua presidência já enfrenta um teste crucial. ‘Temos duas alternativas’, disse seu porta-voz nesta semana. ‘Aprovar a reforma previdenciária ou afundar em um poço sem fundo’. Se ao menos o chefe dele fosse tão claro”, conclui a matéria.
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