Votorantim estende preço-alvo, mas reduz recomendação para Pão de Açúcar

Preço na média histórica e potencial de retorno pouco animador justificam redução da recomendação para market perform

Nara Faria

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SÃO PAULO – O preço em linha com a média histórica e o potencial de retorno pouco animador levaram a Votorantim Corretora a rebaixar a recomendação para as ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) de outperform (acima da média do mercado) para market perform (em linha com a média do mercado). O banco optou ainda por estender o preço-alvo de R$ 94,40 em 2012 para R$ 110,00 para dezembro de 2013, valor que representa um potencial de valorização de 17,7% se comparado com o último fechamento.

Em relatório, os analistas Luiz Cesta e Paulo Prado explicam que as ações da PCAR4, que já subiram quase 40% em 2012, atualmente estão sendo negociadas em linha com o preço histórico de 12 meses. Este fato, aliado com o potencial de retorno considerado pouco animador pelos analistas, motivou o rebaixamento das ações e a alteração do preço-alvo. 

“Nossa visão de curto prazo continua positiva, com a expectativa da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre o acordo de Casas Bahia e Globex”, ponderam os analistas.

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Prévia: margens devem se manter estáveis
Cesta e Prado apresentaram ainda a expectativa dos resultados do Pão de Açúcar previstos para serem divulgados na próxima quarta-feira (31), após o fechamento do mercado. Na avaliação dos analistas, os números de venda mostram uma recuperação em relação ao difícil segundo trimestre de 2012, porém em linha com as expectativas do banco.

Segundo dados já divulgados, a receita líquida consolidada apresentou um crescimento anual de 9,7%, atingindo R$ 12,155 bilhões, impulsionada principalmente pelos desempenhos positivos de Assaí, Minimercado Extra e Ponto Frio no trimestre, chegando a uma venda mesmas lojas consolidada de 7,1% em termos anuais.

Já as projeções para a margem bruta deve se manter praticamente estável, caindo 0,2 ponto percentual – atingindo 27,6% no terceiro trimestre, enquanto a margem Ebtida (Receita Líquida/Ebitda) deve ser de 6,5% no 3T12.

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Cesta e Prado explicam que os números podem ser explicados pelo aumento da representatividade do Assaí, o que puxou as margens para baixo, além do aumento da concorrência no mercado da ViaVarejo (VVAR3), apesar da manutenção das reduções do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado).

Estimativas por segmentos
Para a GPA Alimentar, a expectativa dos analistas é da receita líquida evoluindo +10,3% em termos anuais, com destaque para Assaí e Minimercado, apresentando um crescimento de receita bruta de 12,6% e 23,6%, respectivamente, segundo os números de venda já divulgados. “Estimamos um crescimento de 0,1 ponto percentual em termos anuais para a margem Ebitda (7,4%)”, explicam os analistas.

Para a Viavarejo, a receita líquida esperada deve evoluir 8,9% em termos anuais, impulsionada pela redução do IPI e pelo mix de produto.”Enquanto as lojas físicas apresentaram um bom desempenho, os números da Via Varejo foram puxados ara baixo pela fraca evolução da Nova Ponto Com no trimestre”, avaliam. Para a margem Ebitda, a expectativa é de queda de 0,2 p.p. em termos anuais, atigindo 5,2%.