Chuvas podem impactar conta de luz, mas consumidor não sentirá efeito imediato

Segundo consultor, setor ainda absorve efeitos da estiagem de 2007 e impacto da chuva deste ano será sentido em 2010

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O inverno deste ano foi marcado pelas chuvas intensas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, quando costuma registrar estiagem. Com isso, o volume de água nas hidrelétricas está alto, possibilitando gerar mais energia, logo, a conta de luz dos brasileiros deveria ficar mais barata, certo?

A resposta para essa pergunta não é tão simples quanto parece. Isso porque, conforme explica o consultor e especialista em energia elétrica, Otavio Santoro, as tarifas de eletricidade para o período de julho de 2009 A julho de 2010 já foram decididas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e refletem a situação das hidrelétricas de pelo menos um atrás.

“O clima não influencia imediatamente na conta, até porque a energia que está sendo entregue hoje já foi comprada há pelo menos um ano pela distribuidora. A chuva de 2009 deve se refletir apenas em 2010 ou 2011 na conta de luz”, afirma.

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Termelétricas

O menor uso das usinas termelétricas também poderia contribuir para reduzir o valor da conta de luz, como já foi indicado por entidades do setor. Santoro considera que o custo para usar essas usinas é realmente maior do que o das hidrelétricas, mas, ao mesmo tempo, ele lembra que elas só são acionadas quando as hidráulicas não dão conta da geração de energia.

“As termelétricas foram acionadas em janeiro de 2007, porque o Brasil vinha de uma estiagem no Sul e no Sudeste, e o mercado ainda está absorvendo esses custos”, explica. “Em função do clima e do nível alto dos reservatórios, a possibilidade de uso das termelétricas em 2010 é baixo”, completa.

Ao mesmo tempo, o consultor afirma que a recuperação da economia brasileira será o principal fator a determinar o uso ou não dessas usinas. “Existe a previsão de que, no segundo semestre de 2010, a indústria brasileira esteja no mesmo nível de 2008, mas os reservatórios estarão cheios. Em 2012, dependendo da recuperação, é possível que as termelétricas sejam acionadas”, diz. Mesmo que isso ocorra, Santoro acredita que o impacto nos preços da conta não será muito grande.

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Chuvas continuam

Se o inverno de 2009 foi um dos mais chuvosos dos últimos 33 anos, a primavera também promete muita água. Segundo o Climatempo, a estação atual já costuma apresentar chuva no Sul e seca no Nordeste, mas, neste ano, espera-se chuva acima do normal no Sul, mas não há expectativa de seca na segunda região.

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