É hora de vender? Em tendência de baixa, Ibovespa pode buscar 60.000 pontos

"Por mais que repiques ocorram no curto prazo, a tendência de baixa deve prevalecer", diz analista técnico

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Após realizar um excelente início de ano e alcançar os 69.000 pontos por volta da metade de março, o Ibovespa mostra ter perdido fôlego e vai acumulando queda atrás de queda. Nesta terça-feira (10), com queda de 1,88%, o índice encerrou nos 61.738 pontos, retornando aos seus patamares de meados de janeiro.

Com essa tendência de queda dando cada vez mais sinais de consolidação, até onde o índice pode chegar? De acordo com os analistas técnicos consultados pelo Portal InfoMoney, a expectativa do índice buscar os 60.000 pontos torna-se cada vez provável. “Há uma zona de suporte importante nos 60.000 pontos, onde o índice tinha formado topos em outubro e dezembro, antes do rompimento em janeiro”, explica Leandro Ruschel, diretor da escola de traders Leandro & Stormer.

O grafista não é o único a enxergar um viés negativo para o índice no curto prazo. “Por mais que repiques ocorram no curto prazo, até lá a tendência de baixa deve prevalecer”, diz Raphael Figueredo, analista técnico da Icap Brasil. Ambos os analistas chamam a atenção para a região também por conta da correção de Fibonacci, que atinge a região de 61,8%, considerada bastante importante, por volta dessa pontuação.

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Movimento é natural
Com uma queda acentuada, o índice lembra sua movimentação de 2011, quando formou um topo em abril e iniciou uma sequência de quedas logo depois, chegando a atingir a região dos 48.000 pontos em agosto. “Esse é um movimento geral, o mercado tende a produzir movimentos de alta mais consistentes no último trimestre de um ano e nos primeiros meses do outro”, afirma Ruschel, lembrando que este ano, a queda se iniciou um pouco antes, já em março.

Embora esse movimento lembre o que foi visto na metade do ano passado, Figueredo enfatiza que há diferenças importantes entre os dois períodos. “Em termos gráficos, esses anos são bastante diferentes. Em 2011 tínhamos uma tendência primária de queda, e este ano, a tendência ainda é altista”, salienta o analista.

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Ele destaca o rompimento da LTA (Linha de Tendência de Baixa) que havia sido iniciada no mês de novembro de 2010. Contudo, ele chama a atenção para o forte candlestick baixista que está sendo formado no gráfico mensal, um shooting star.

Dow Jones na mesma tendência
Esse cenário também é  visto nos Estados Unidos. O índice Dow Jones, que acompanha as 30 principais blue chips da bolsa nrote-americana, também tem caído forte nos últimos pregões, perdendo o importante suporte dos 13.000 pontos, fato que tem ganhado repercussão no noticiário financeiro do país. Manchetes como “Is a Bigger Stock Market Correction on the Way?” (Uma grande correção no mercado acionário está a caminho?”, na tradução livre) e “Investors say adios to bulls” (investidores dizem adeus ao “bull market”, ou mercado altista) foram publicadas em portais como o MarketWatch e CNBC.

Historicamente relacionado, a piora no humor do mercado norte-americano pode pressionar o Ibovespa. “É a locomotiva que sempre acaba mandando, fazendo com que o nosso índice acabe seguindo”, afirma Figueredo. Para ele, só é possível saber se o índice nacional descolará ao atingir os 60.000 pontos – um divisor de águas para o Ibovespa.

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Ruschel lembra que este índice está bastante “esticado”, isto é, com quedas bastante agudas nas últimas sessões. Além disso, ressalta que o índice está atualmente em cima de um importante suporte, o que pode fazer que o índice tenha uma reversão. Já Figueredo destaca um pequeno espaço ainda de queda, que pode levar o índice para os 12.500 pontos.

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