Portugal terá que pedir novo auxílio financeiro, avalia presidente da Pimco

SÃO PAULO – Portugal deve ser a nova Grécia, em termos de preocupação dos mercados. A afirmação é do presidente-executivo da Pimco, Mohamed El-Erian. O fundo é o maior gestor de renda fixa do mundo – responsável por US$ 1,36 trilhão em ativos – e um braço de investimento em bônus da alemã Allianz.

Em entrevista à revista Der Spiegel, da Alemanha, o CEO (Chief Executive Officer) disse que o resgate já autorizado aos portugueses, de € 78 bilhões, será insuficiente. A economia local é esperada em uma contração de 3,3% neste ano, pressionada também pelas medidas de austeridade que foram exigidas à nação para o recebimento do auxílio.

Mais um resgate
Ele acredita que Portugal vai novamente atrás da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) para angariar um novo financiamento, mas que o debate sobre esse assunto será difícil. Não se sabe quem dividirá a responsabilidade pelo repasse, sendo considerados até os credores.

“Os mercados financeiros devem ficar tensos porque estão preocupados com a participação do setor privado”, preveu o executivo, citado pela revista alemã.

Ano de definição
Por fim, El-Erian comenta sobre a situação da Zona do Euro como um todo. Ele vê em 2012 o momento para a definição: ou o bloco desmorona, ou encolhe e se torna uma entidade mais forte. Se a primeira opção é, na avaliação do gestor, a menos provável, ela “não deve ser descartada”, decretou.

A crise pode ser vencida de forma mais rápida caso os membros da união monetária tomem a iniciativa nesse sentido. “Há muito dinheiro à espera para ver o que acontece”, explicou, citando investimentos que devem começar a volta para a Europa assim que haja clareza sobre o que acontecerá com a região.