Esforço fiscal não explica a queda na taxa de juros, diz Votorantim Corretora

Crise externa e preocupações do governo aumentam as dúvidas em relação ao cumprimento da meta fiscal de 3,1% do PIB

Edilaine Felix

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SÃO PAULO – O governo brasileiro abriu mão de diversos instrumentos durante o ano de 2011 para que a economia local driblasse a crise nos países desenvolvidos. Vale citar o corte da taxa de juros, o afrouxamento do controle sobre o crédito e o corte de impostos. 

Para o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, por conta destas medidas adotadas pelo Estado, é natural que surjam dúvidas sobre a capacidade do País cumprir a meta fiscal de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2012.

No entanto, com a contenção de despesas e aumento de arrecadação, “a retomada do crescimento e as receitas extraordinárias indicam que a receita líquida do governo central, excluindo a Petrobras, apresentará uma expansão próxima a 12% em 2012, compensando o aumento de isenções tributárias”, afirma.

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Ao mesmo tempo, a equipe de análise da corretora estima que a descompressão dos investimentos possibilitará que as despesas do governo avancem e fique em torno de 13% neste ano, correspondente a 18% do PIB.

Meta fiscal exige contingenciamento em torno de R$ 50 bi
Segundo a Votarantim Corretora, a meta de 3,1% do setor público e o déficit nominal próximo a 2,0% do PIB podem ser alcançados caso o contingencimento de aproximadamente R$ 50 bilhões seja confirmado. Na visão da equipe, diante deste cenário, os sinais de solvência fiscal são favoráveis mesmo que a dívida bruta mantenha um patamar próximo a 55% do PIB.

Na análise da corretora, não há mudança no regime fiscal que explique juros em queda na economia brasileira. “O cumprimento de metas fiscais não tem sido acompanhado por avanços institucionais relevantes que elevem a confiança dos investidores em uma trajetória de longo prazo de queda de dívida, o que poderia efetivamente mudar, de modo permanente, o patamar de taxa de juros no Brasil”, justifica Padovani. 

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