Prévia do resultado trimestral do Pão de Açúcar agrada corretoras e bancos

Analistas apontaram forte evolução das vendas e-commerce; contudo, recomendações dos analistas mostram divergência

Paula Barra

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SÃO PAULO – A prévia dos resultados do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) no quarto trimestre de 2011 garantiu uma visão positiva dos analistas de mercado para a empresa, demonstrando que as conversões realizadas ao longo do ano foram favoráveis e já resultaram em maior rentabilidade para a companhia. O principal destaque dos dados operacionais foi o crescimento das vendas online, que registraram alta de 40,4% no período, compensando parte da desaceleração das lojas físicas. 

As equipes de análise da SLW Corretora, Ativa, Ágora, Ativa, Citigroup, Deutsche Bank, Votorantim e Banco Fator Corretora compartilham desse viés positivo. Contudo, as recomendações e perspectivas sobre o desempenho das ações apresentada por cada um desses analistas mostrou certa divergência.

Segundo Cauê Pinheiro, da SLW, os números apresentados pela empresa foram bons e demonstram uma consistência das vendas ao longo do ano, contribuindo assim para superar levemente os R$ 50 bilhões de faturamento esperados para 2011. Nesse sentido, a companhia já anunciou que espera um bom desempenho no próximo ano, motivado principalmente pelos efeitos da melhor distribuição de renda, também impulsionada pelo salário mínimo. 

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Apesar da leve desaceleração do desempenho consolidado do grupo em 2011 em relação aos novo primeiros meses do ano, a analista Júlia Monteiro, da Ativa Corretora, acredita que o destaque absoluto na prévia dos resultados da companhia está no crescimento das vendas e-Commerce, que foram impulsiondas por incentivos governamentais ao consumo com a redução do IPI em dezembro, e que demonstram granhos de market share da companhia.  

Já o desempenho do conceito de vendas em mesmas lojas – considerando apenas com as lojas que já estavam abertas desde o período anterior de comparação -, a divisão de alimentos apresentou a melhor evolução, de 8,7% no período. Nesta comparação é perceptível também a desaceleração do crescimento da Globex (GLOB3) – divisão que inclui Casas Bahia e Ponto Frio -, que atingiu 8,4% após marcar o pico de 14,1% no segundo trimestre de 2011.

Deutsche e Citi demonstram cautela…
Os analistas Renata Coutinho e Reinaldo Santana, do Deutsche Bank acreditam que esse recuo pode criar alguma preocupação sobre a desaceleração no consumo de bens duráveis, o que contribui para eles permanecerem cautelosos com os negócios cíclicos da Globex, reforçando recomendação de manutenção.

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Na mesma linha, o analista Carlos Albano, do Citigroup, acredita que, apesar do crescimento da receita ter vindo bem próximo com as suas expectativas, esses números podem trazer um efeito levemente negativo nas ações do Pão de Açúcar, “principalmente devidoà significativa desaceleração de 5% ano-a-ano das lojas de tijolo e argamassas da Globex. 

…mas a maioria dos analistas seguem otimistas
A Ativa, contudo, ressaltou que mesmo com a desaceleração, a companhia apresentou números positivos com manutenção de performance elevada. Além disso, esse recuo pode ser explicado pela deflação dos preços de eletrônicos, como comentou o analista Luiz Otávio Broad da Ágora. 

Outro ponto positivo foi que o Grupo Pão de Açúcar finalizou a conversão das lojas CompreBem e Sendas que restavam para a reorganização de bandeiras na divisão Alimentar. Para os analistas Renata Prado e Ronaldo Kasinsky do Banco Fator Corretora, essa reorganização deve refletir em uma redução no nível de despesas já no quarto trimestre de 2011. Vale mencionar que a divulgação do resultado da companhia é esperada para o dia 16 de fevereiro. 

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Recomendações
A equipe de analistas do setor de bens de consumo da Votorantim, formada por Luiz Cesta, Paulo Prado e Marco Richieri, não espera muita volatilidade nos preços do Grupo Pão de Açúcar no curto prazo, uma vez que os resultados vieram conforme suas expectativas, em termos de vendas brutas. Diante disso, eles reiteraram perspectiva otismista em relação às ações da companhia, mantendo recomendação de compra e preço-alvo de R$ 83,20 para dezembro de 2012, o que implica em um upside de 19,73% frente ao fechamento da última quinta-feira.

A Ativa também acredita que os papéis da empresa se encontram em patamares atrativos, razão pela qual ela reiterou sua recomendação de compra, com target de R$ 84,20 por ação, implicando em um potencial de valorização de 21,17% em relação ao fechamento da última quinta-feira. 

No mesmo sentido, a SLW, Ágora e Fator reforçaram recomendação de compra para PCAR4, com targets de R$ 82,50, R$ 84,20 e R$ 88,92 para 2012, respectivamente, o que implica um upside entre 18% e 28% para as ações.

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Por sua vez, o Citi e o Deutsche Bank mantiveram recomendação de manutenção das ações, com preço-alvo de R$ 74,00 e R$ 75,00, respectivamente, configurando um potencial de valorização de 6,49% e 7,93% em relação ao último pregão.