Abrindo em queda, dólar terá sessão inspirada pelo fluxo, dizem analistas

Moeda vale R$ 1,750; maior entrada líquida de capital promove desvalorização, mas apenas no curto prazo, avaliam especialistas

Graziele Oliveira

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SÃO PAULO – Seguindo o movimento registrado na última sexta-feira (23) o dólar comercial inicia os trabalhos desta segunda-feira (23) em leve queda de 0,53%, valendo R$ 1,750 na venda.

Segundo analistas, além das influências externas que mostram um cenário mais ameno, o resultado do fluxo cambial da última semana impulsiona o movimento da moeda.

O fluxo cambial da 2ª semana de janeiro registrou forte entrada líquida de capital, no valor de US$ 3,059 bilhões. “Conforme alertamos na semana passada, a via financeira ganhou fôlego ao registrar entrada líquida de capital, após cinco semanas de déficit, provavelmente devido às diversas captações externas realizadas pelas empresas brasileiras no mercado internacional”, explicam o especialistas da Rosenberg Consultores Associados.

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Segundo os mesmos consultores, os estrangeiros não estão vendidos em contratos cambiais na BM&F, o que pode sugerir que essa apreciação do real poderá ter fôlego apenas no curto prazo. “Resta saber a posição de câmbio dos bancos, que deve estar se ampliando na ponta vendida. Também, muito do movimento da taxa de câmbio real/dólar deve-se ao comportamento do dólar frente a outras moedas. Enquanto perdurar a sensação de melhora do quadro externo, o real tende a se apreciar. Mas, somando tudo, o nome do jogo é volatilidade”, avaliam.

Noticiário Europeu
Sem acordo definitivo entre o governo da Grécia e os credores internacionais sobre a reestruturação da dívida do país, o clima de cautela se mantém, especialmente porque nesta segunda-feira acontece uma reunião de ministros de Finanças da Zona do Euro, em Bruxelas.

Uma intervenção de última hora do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da Alemanha – pedindo que os credores aceitem juros ainda menores – desvirtuou o acordo. O FMI estaria exigindo que os novos bônus da Grécia paguem no máximo 3,5%. A expectativa agora é de que as partes entrem em consenso antes da cúpula da União Europeia de 31 de janeiro.

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EUA inspiram otimismo do mercado
Para a Rosenberg, os dados da economia norte-americana continuam apresentando resultados satisfatórios e podem impulsionar positivamente o mercado de câmbio por aqui.

“A inflação ao consumidor, que registrou estabilidade em dezembro, segue dando espaço para a adoção de medidas de estímulo e até o mercado de trabalho, que resistia a melhora, vem mostrando desempenho mais favorável, confirmado pelos pedidos iniciais de auxílio desemprego, no menor nível desde abril de 2008”, destacam.

Além disso, os especialistas citam o aumento do crédito ao consumidor em dezembro, em alta de US$ 20,37 bilhões, impulsionado principalmente pelo crédito rotativo, que inclui a dívida do cartão de crédito. “Os consumidores estão voltando às compras. Esta última, contudo, pode ser vista com certa cautela, uma vez que pode levar a maiores níveis de inadimplência no futuro”, dizem.

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Todavia, os especialistas alertam para que os investidores não se deixem levar por um otimismo extremo. “Apesar das boas notícias, ainda não é possível afirmar com certeza que a economia americana está livre da tempestade, lembrando que no início de 2011 sinais de recuperação também geraram otimismo, não confirmado, com deterioração das expectativas logo após o segundo trimestre”, concluem.

Agenda interna
Na agenda desta segunda-feira os investidores acompanharam a divulgação feita pela FGV (Fundação Getulio Vargas) do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), que apontou inflação de 0,93% na terceira medição de janeiro.

Ainda nesta data, o Banco Central divulgou o relatório Focus, que revelou as projeções para uma inflação mais alta na semana, projetando uma expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 0,58%.

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Também semanal, o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) reporta os dados da balança comercial da última semana. Nos Estados Unidos, não haverá divulgação de indicadores relevantes nesta data.

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