Refletindo instabilidade na Europa, dólar abre semana em alta a R$ 1,753

SÃO PAULO –  Abrindo a semana com maior sentimento de aversão ao risco, o dólar comercial inicia a sessão desta segunda-feira (7) em alta de 0,66%, cotado a R$ 1,753 na venda.

Segundo os especialistas da Rosenberg Consultores Associados, os movimentos na cotação do câmbio estão relacionados principalmente com as variações do dólar frente às demais moedas no mercado internacional, agravadas pela indefinição quanto ao desfecho da crise da dívida grega. “É pequena a variação devida ao efeito da queda de juros internos e ao fluxo”, explicam.

Neste sentido, a Grécia abre o radar da semana com o acordo político que prevê a dissolução do gabinete do atual primeiro ministro George Papandreou e a criação de um governo de transição até as eleições gerais de fevereiro. O anuncio do novo governo pode ser feito ainda nesta segunda-feira.

Segundo especialistas, a queda do Governo se deu pela possível incapacidade de Papandreou e seus aliados de aprovar e promover as reformas de austeridades exigidas para o resgate financeiro ao país.

Ainda no velho continente, a Itália também não passa por bons momentos. Por lá, o apoio político do primeiro ministro Silvio Berlusconi dimunui a olhos vistos e, segundo levantamento do The Wall Street Jorunal, cerca de 20 membros importantes de seu partido estariam dispostos a deixa-lo. Para completar o clima de tensão, rumores na imprensa internacional dão conta de que Berlusoni pode anunciar sua renuncia ainda hoje.

“Quanto ao câmbio, as oscilações serão frequentes. Em momentos de instabilidade, o real pode ser penalizado por sua liquidez. O Banco Central é o único fiel da balança nas guinadas do mercado. Quando ultrapassar R$ 1,90 o BC vende, quando cair abaixo de R$ 1,70 ele compra. Deve ficar entre R$ 1,70 e R$ 1,75”, concluem os analistas da Rosenberg.

Indicadores
Na agenda doméstica desta segunda-feira, o BancoCentral divulgou o Relatório Focus, que trouxe o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) semanal mantido nos mesmos patamares do último boletim, de 0,45% e o PIB (Produto Interno Bruto) para o ano passando de 3,29% para 3,20%

Mais tarde, o ministério de Comércio Exterior reporta os resultados da balança comercial.

Nos Estados Unidos, após as 17h, o Federal Reserve revela o Consumer Credit, índice durante os primeiros dias de cada mês, com o objetivo de medir o total de crédito ao consumidor.