Sondagem industrial volta a mostrar atividade abaixo do nível normal em maio

Grandes empresas pressionam índice, mas capacidade instalada sobe e empresários seguem otimistas para próximos 6 meses

Julia Ramos M. Leite

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SÃO PAULO – Maio marcou o sexto mês consecutivo em que a atividade da indústria ficou abaixo do normal, segundo a Sondagem Industrial divulgada nesta quarta-feira (22) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O indicador ficou em 46,1 pontos, numa escala que varia de 0 a 100 – valores acima de 50 mostram evolução positiva, estoque acima do planejado ou utilização da capacidade instalada acima do usual.

De acordo com a CNI, as grandes empresas puxaram o índice de maio para baixo, recuando de 49,1 pontos em abril para 46,7 pontos no último mês. “Na comparação com abril, a atividade industrial cresceu, marcando 52 pontos, o que significa avanço em relação ao mês anterior”, aponta o relatório, compilado entre 31 de maio e 15 de junho com 1.792 empresas – 943 pequenas, 566 médias e 283 de grande porte.

Capacidade instalada e estoques
Ainda segundo os dados da Sondagem Industrial, a capacidade instalada passou de 73% em abril para 74% em maio. O número de empregados, por sua vez, recuou, registrando 50,8 pontos. A proximidade dos 50 pontos, contudo, indica uma estabilidade na oferta de empregos na indústria. 

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Já os estoques recuaram mas ainda ficaram acima do esperado, com 51 pontos. Marcelo Azevedo, economista da instituição, afirma que o estoque mais próximo do planejado mostra que os empresários ajustaram melhor a produção em maio em relação a abril. “Mas até que os estoques se ajustem completamente, ficando ainda mais próximos da linha divisória dos 50 pontos, é possível que a UCI continue abaixo do usual nos próximos meses”.

Projeções seguem otimistas
Apesar do resultado abaixo do normal, os empresários segem otimistas em relação aos próximos seis meses. O indicador da CNI mede quatro aspectos: demanda no mercado interno, exportação, compras de matérias-primas e número de empregados. “O indicador de exportação, que estava abaixo da linha divisória dos 50 pontos em maio, deixou de ser pessimista ao registrar 50,4 pontos em junho. A demanda no mercado interno, com 61,6 pontos, está mais otimista que no mês passado”, afirma a instituição.

As expectativas para compras de matérias-primas e número de empregados tiveram queda, mas ainda ficaram acima dos 50 pontos – no caso das matérias-primas, foram registrados 58 pontos em junho, e em relação ao número de empregados, 54 pontos.

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