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SÃO PAULO – A Votorantim Corretora iniciou cobertura da Tecnisa (TCSA3), com recomendação de compra para as ações. De acordo com os analistas Marcos Pereira, João Arruda e Daniel Fonseca, a Tecnisa é uma das melhores companhias em termos de margem Ebitda (relação entre receita líquida e geração operacional de caixa) e retorno sobre patrimônio, “indicando eficiência operacional”.
Os analistas também têm boa percepção em relação ao cumprimento do guidance, manutenção das margens e incremento da receita nos próximos trimestres, o que deverá sustentar o cenário no curto prazo.
Eles ressaltam, contudo, que a empresa não possui um valuation atrativo em relação a seus pares domésticos. “O cenário positivo do setor já foi em grande parte precificado nas ações”, dizem. Assim, o preço-alvo para 12 meses é de R$ 16,00, upside de 36,75% em relação ao fechamento de sexta-feira (15).
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Terras da Telefônica e margens
Os analistas chamam a atenção para o que eles consideram um bom trigger de médio prazo: a empresa deve conseguir a licença para dividir o banco de terrenos da Telefônica, no bairro da Água Branca, em São Paulo. Com isso, a área deve se transformar em novos lançamentos e vendas para a empresa, com margens significativamente maiores.
De acordo com a equipe, a utilização dessas terras poderia aumentar o valor das ações em R$ 1,20, o que traria o novo preço-alvo para R$ 17,20.
Pereira, Arruda e Fonseca acreditam que a habilidade da companhia de entregar projetos sem grandes desvios de orçamento é uma de suas vantagens, já que permite a manutenção de margens mesmo com uma maior competição no setor por mão-de-obra (boa parte das construções da Tecnisa é feita inteiramente pela equipe da empresa).
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Segmentos
A Tecnisa atualmente é forte no setor de média e alta renda, tendo criado uma marca (Tecnisa Flex) em 2009 para o segmento de baixa renda. Os analistas destacam, contudo, que a Tecnisa Flex não tem como público-alvo as “massas beneficiadas pelo Minha Casa, Minha Vida” – e evita, portanto, competir com as empresas que já tem grande conhecimento e atuação nesse mercado.
Para os analistas, a empresa tem se adaptado ao novo mercado sem perder fundamentalmente seu produto, minimizando os riscos de execução. O trio lembra que os produtos da Tecnisa Flex sempre estiveram no portfólio da companhia, embora em menor escala.
Outros pontos fortes
Além de elogiarem o padrão de qualidade e estratégia da companhia, os analistas chamam a atenção para a direção experiente da equipe, que tem como CEO Joseph Nigri.
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A Votorantim também acredita que a recente oferta de ações aumentou substancialmente a liquidez média diária dos papéis, o que para eles faz com que investidores respondam com mais rapidez à mudanças nos fundamentos da empresa.
Riscos
Os analistas ressaltam que há riscos de execução, como preços e disponibilidade de matérias primas, terra e trabalho, falta de financiamento no longo prazo e a diluição do poder de compra da população devido à inflação.
Pereira, Arruda e Fonseca também destacam que a empresa possui um desafio a respeito da securitização de recebíveis e da capacidade da companhia de concluir o ciclo com um maior ganho de escala.
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Outro problema seria que a companhia não possui terras suficientes para os produtos da Tecnisa Flex, fazendo com que seja necessário mais dinheiros nos próximos trimestres.