Fatia da CPFL em associação com ERSA parece ser desproporcional, diz Citi

À espera de detalhes, analista compara ativos e sugere que CPFL deveria ter participação maior na nova subsidiária

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SÃO PAULO – O Citigroup mostrou-se intrigado sobre detalhes não divulgados da associação entre CPFL Energia (CPFE3) e ERSA, anunciada na última noite, especialmente no que se refere à fatia que caberá à CPFL na nova subsidiária, batizada de CPFL Renováveis, destacou Marcelo Britto, analista responsável pelo relatório.

De acordo com comunicado oficial, a participação da CPFL Energia será 63,6% enquanto os acionistas da ERSA responderão pelos 36,4% restantes, o que segundo Britto, não condiz com a dimensão dos ativos que cada uma das empresas possui.

Relação desigual
Atualmente a ERSA detém 155 MW em operação, 98 MW em construção e 275 MW em projetos, enquanto a CPFL conta com 123 MW operando em hidrelétricas de pequena dimensão, 160 MW em biomassa e 366 MW em parques eólicos além dos recentes anúncios de aquisição de unidades com capacidade de 210 MW em parques eólicos e projetos com potencial de produção estimado em 712 MW.

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Em suma, a CPFL irá contribuir com 494 MW, já em operação, enquanto a ERSA oferecerá 155 MW, o que implica uma relação de 76% contra 24% e demonstra certo desequilíbrio da participação acionária da CPFL na nova subsidiária.

Faltam informações
“Alguns podem questionar a simplicidade dos cálculos, no entanto a ausência de informação acerca da dívida a ser transferida para a CPFL Renováveis e o Ebitda (geração operacional de caixa) dos ativos não nos permite uma imagem clara”, justifica Britto, que aguarda a divulgação de novas informações para avaliar o prêmio que de fato será pago aos acionistas da ERSA.