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SÃO PAULO – Para quem opera regularmente no mercado, sendo swing trader ou day trader, certamente se deparou com a seguinte situação no andamento da operação: o papel que está comprado (vendido) avança forte em poucos dias e fecha próximo de uma resistência (suporte) importante. O que fazer na abertura da sessão seguinte? Usar um stop na perda da mínima do último candle (stop gain) ou esperar o mercado stopar seu trade (trailing stop)?
A resposta desta questão será o diferencial no momento do trader contabilizar o lucro da operação. Os exemplos com as ações preferenciais da Eletropaulo (ELPL4) e os papéis preferenciais da Gerdau (GGBR4) ilustram o cenário.
Trailing Stop vs Stop Gain
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Eletropaulo
Utilizando a estratégia de Squeeze, o rompimento dos R$ 27,25 abriu bom ponto de entrada junto as ações da Eletropaulo, com o papel chegando à importante resistência dos R$ 30,00 em três pregões, ou seja, valorização de 10,1% em um curto espaço de tempo. Contudo, na sessão seguinte, o papel recua 2,52%, configurando uma Estrela da Tarde. Com a clara sinalização de topo, vem a pergunta – colocar um stop gain na mínima do último candle (R$ 28,84) ou seguir com o trailing stop (ATR)?
Com a expressiva valorização e o candlestick de reversão, o trader resolve utilizar o stop gain, finalizando a operação com a perda dos R$ 28,84, garantindo 5,83% em cinco pregões, ótima performance em relação ao espaço de tempo. Mas se tivesse utilizado um trailing stop? Qual resultado o trader teria? Amparado pelo ATR, o swing trader conseguiria auferir um lucro ainda maior, como mostra o gráfico:
49 dias depois da entrada, a operação seria encerrada em R$ 31,93, com o trader ganhando 17,17%, praticamente três vezes mais, mas em um espaço de tempo cerca de dez vezes maior.
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Gerdau
De olho na tendência de queda das ações da Gerdau, o trader aguardava na passagem dos R$ 23,50 uma oportunidade para entrar na venda, deflagrada no rompimento com grande volume e volatilidade dos R$ 22,80, ponto de entrada da operação vendida.
Após 18 pregões, a expectativa do trader se concretiza com o teste do fundo dos R$ 20,00, onde seu stop gain é acionado. Assim, a recompra dos papéis proporciona lucro de 12%. No entanto, caso optasse pelo uso do ATR, a operação seria stopada em R$ 22,08, reduzindo significativamente o lucro da operação para aproximadamente 3%.
Os exemplos foram para apenas mostrar os dois lados da moeda, já que muitos traders utilizam o stop gain. Entretanto, as duas simulações são baseadas em dados históricos, e, como todos sabem, ninguém tem a capacidade de prever o futuro. Então, qual a melhor alternativa na hora de operar?
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Encaixando na metodologia
“Venho observando que um trailing stop bem ajustado acaba aumentando o lucro ao longo do tempo. Isso pode ser observado através de backtests, tanto em operações de day trade como em swing trade”, afirma Rodrigo Publio, da XTH Investimentos. Segundo Publio, “o trailing stop baseado em médias móveis se mostra mais eficaz (…) e evita uma saída precoce do trade, além de proteger o lucro contra uma reversão”.
Para solucionar esta questão, Leandro Ruschel, da Leandro & Stormer, já prefere o uso do stop gain, independente da estratégia utilizada (rompimento, correção, em tendência ou contra a tendência). Quando atinge um limite pré-determinado, Ruschel utiliza um stop gain de 50% da posição. “Isso gera uma suavização da curva de capital, com o custo de limitar os lucros”. E ressalta o jargão – “lucro bom é lucro no bolso”.
Entretanto, só faz uso do stop gain quando opera mais de R$ 50 mil, a não ser que o prazo da operação seja maior e os objetivos mais longos. Na visão de Publio, o stop gain é mais adequado para operações contra a tendência, “uma vez que os objetivos da operação devem ser reduzidos por conta do maior risco”.
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O ideal
Na visão de Ruschel, o ideal mesmo é mesclar os dois stops. Neste caso, “você tem a garantia de colocar rápido uma parte do lucro no bolso e de aproveitar um movimento mais longo na posição remanescente”.
Como disse antes, para Publio, o ideal é usar um trailing stop em operações em tendência, já que “se mostra mais eficaz por não limitar de forma estática os ganhos”, enquanto em operações contra a tendência, utilizar o stop gain com percentual fixo ou com base em projeções gráficas, pois o trader ficará “o menor tempo possível posicionado contra a tendência”, seguindo a linha de raciocínio da Teoria de Dow.
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