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SÃO PAULO – Em uma palestra que contou com a presença de petroleiros no Rio de Janeiro, o ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras (PETR3;PETR4), Guilherme Estrella, pronunciou-se hoje (10) em público pela primeira vez sobre as denúncias de corrupção na empresa estatal. Ao falar sobre Paulo Roberto Costa, que está em um processo de delação premiada, ele foi taxativo.
“É um bandido que exerceu por 30 anos cargo de gerência”, disse. E completou: “Nas famílias ou mesmo nas instituições religiosas, tem gente boa e gente ruim. O Paulo Roberto é um bandido, que foi denunciado por este governo.”
Estrella disse que o esquema de corrupção investigado na Petrobras não teve origem no governo comando pelo PT, ao qual é filiado há cerca de três décadas, e defendeu a reeleição da presidente Dilma Rousseff para o crescimento do investimento no setor de petróleo. “Vocês estão pensando que roubalheira na Petrobras só aconteceu nesse governo?”, questionou à plateia do seminário “Modelo Energético Brasileiro”.
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Ele disse que o documento recebido pela empresa sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não continha todas as informações sobre o negócio. Segundo ele, nem todas as cláusulas do contrato foram analisadas para posterior aprovação.
Depois de aprovado pelo presidente e por todos os diretores, o documento foi apresentado e referendado pelo Conselho de Administração, que reúne representantes dos acionistas, entre eles ministros do governo. “Aprovamos e depois é que obsevamos essas cláusulas. Elas complicaram a sustentabilidade econômica do negócio”, disse Estrella, durante seminário da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia no Rio.
Segundo ele, a compra da refinaria era estratégica para a Petrobras, que buscava agregar valor ao petróleo pesado para exportação. Acrescentou que a refinaria norte-americana pareceu uma boa ideia, principalmente porque localizava-se no maior mercado consumidor de petróleo do mundo.
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“Agora, ela já foi comprada. Refinamos toda a refinaria. Não transformamos a refinaria para óleo pesado, porque descobriram gás do xisto nos Estados Unidos, o que está sendo investigado. Temos de apurar se houve ou não dolo na ausência dessa de informação nos documentos recebidos pela diretoria”, salientou Estrella.
Estrella foi questionado sobre o futuro da Petrobras e do pré-sal com uma possível mudança na política brasileira, caso a candidata pelo PSB à presidência da República, Marina Silva, seja eleita.
A opinião do ex-diretor é que, apesar da crise econômica mundial de 2008 ter “atropelado” o crescimento do Brasil, o PT, desde o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, trouxe soberania à Petrobras, em contraposição ao que ele enxerga como tendo sido o plano do PSDB, na época de Fernando Henrique Cardoso, de restringir em 40% a participação da Petrobras nas operações de exploração e produção de petróleo e gás.
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“Temos que nos mobilizar para eleger a Dilma. O Aécio está cremado. Mas a Marina abre espaço para um retrocesso”, enfatizou.
(Com Agência Estado e Agência Brasil)