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SÃO PAULO – Para um swing trader ou day trader, a volatilidade é um vetor importante para o sucesso de sua estratégia, já que, como os investidores que trabalham alavancados, as casas centesimais fazem uma grande diferença no fechamento do trade.
Por conta disto, a busca por planilhas para financiamento (opções) e indicadores técnicos que exploram a volatilidade é muito válida para este perfil de investidor, cada vez mais comum entre os brasileiros.
Nas plataformas de negociação espalhadas pelo mercado, as Bandas de Bollinger, o Canal de Keltner, o SAR (Stop and Reverse) e o ATR (Average True Range) estão entre os mais utilizados pelos investidores do segmento pessoa física, sendo o envelope criado por John Bollinger em meados da década de 1980 o mais famoso.
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Entretanto, sua interpretação equivocada, ou pelo menos incompleta, de que as bandas servem como suporte e resistência deixa esquecida sua função mais importante, assim como destaca Rodrigo Publio, da XTH Investimentos, que é ‘limitar a volatilidade’.
Limite de volatilidade
O fato de um ativo tender a ser negociado dentro das Bandas de Bollinger, por conta da composição de seu cálculo, não significa que está delimitando um nível de suporte ou resistência na definição clássica de Dow. “Na verdade, as bandas são os limites de volatilidade esperados para o ativo. A questão chave é a capacidade ou não dos preços atingirem o limite de volatilidade esperado”, destaca Publio.
Tendo isso em mente, se um determinado papel em tendência de alta toca a banda superior do envelope, ele demonstra que há força compradora, independente do volume. No entanto, se ultrapassa o limite, revela um grande comprometimento do mercado com a tendência, que deve prosseguir em ritmo acelerado (explosão de volatilidade), explica Publio. Por outro lado, caso interrompa a trajetória antes de alcançar a banda superior, demonstra fraqueza, “pois não foi capaz de atingir o seu limite esperado de volatilidade”.
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Além disso, as bandas são úteis para definir topos e fundos do mercado. Em uma tendência de baixa, por exemplo, se o preço faz uma nova mínima, mas sua distância em relação ao seu limite de volatilidade (banda inferior) é superior à mínima anterior, “esta nova mínima não é uma nova mínima em termos relativos, apenas em absoluto”, afirma Publio, que destaca o gráfico para entender melhor a lógica.
Com o conceito fixado, detalhado muito bem por Bollinger em seu livro Bollinger on Bollinger Bands, agora é possível aplicar toda teoria no mercado através da estratégia intitulada como Squeeze, desenvolvida pelo próprio autor.
Squeeze
Aliado as Bandas de Bollinger, nesta estratégia utiliza-se também o BandWidth (BandW), que mede a largura entre as bandas em relação à média utilizada, ou seja, se estão abertas ou fechadas. Segundo Bollinger, quando a volatilidade (BandW) atinge níveis historicamente baixos, significa que há grandes chances de ocorrer uma explosão de volatilidade – a Expansão.
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Para confirmar o movimento, é necessário utilizar outros indicadores técnicos, afirma o autor, que sugere o IFR (Índice de Força Relativa) junto a outro indicador de volume, como o Acumulação e Distribuição. Além disso, Bollinger pede ao trader ficar atento à evolução do volume diário, que auxilia na confirmação da estratégia de entrada.
Mas como não é possível prever o futuro, o ponto de compra/venda gerado pelo Squeeze pode ser alvo de um Head Fake, ou seja, um falso rompimento. Neste caso, afirma Publio, os preços rompem violentamente para um lado, mas rapidamente revertem e voltam para o ponto inicial.
Como em qualquer operação, para se defender deste tipo de ocorrência, o trader precisa ter uma estratégia de saída eficiente, alicerçada por um bom stop loss e Position Sizing. Por isso a importância dos indicadores técnicos no Squeeze, para auxiliar se há comprometimento do mercado com a tendência.
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Expansão
Como mesmo disse Bollinger, períodos de baixa volatilidade (Squeeze) são precedidos por alta volatilidade, a chamada Expansão, que nada mais é do que a explosão de volatilidade que segue o Squeeze, resume Publio.
Um sinal importante da Expansão é o comportamento das Bandas de Bollinger. Segundo o autor, “uma expansão gera uma regra importante: quando uma forte tendência se inicia, a volatilidade se expande de tal forma que a lowerband (banda inferior) se inclinará para baixo numa tendência de alta e a upperband (banda superior) para cima em uma tendência de baixa”.
Depois da explosão de volatilidade, que chega ‘distorcer as bandas’, o final da Expansão é caracterizado pela ‘normalização’ da lowerband e da upperband, ou seja, depois de inclinadas para baixo ou para cima, iniciam um movimento lateral e, logo após, começam ir ao encontro. Neste momento também, o BandW inicia uma tendência de baixa.
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Entretanto, lembra Publio, o final da Expansão não significa, necessariamente, que o movimento total (tendência primária) está encerrado. Segundo ele, uma outra perna poderá facilmente se desenvolver, mas a atual tendência secundária ou terciária está provavelmente no fim. Quando a volatilidade diminui, espera-se, portanto, uma consolidação ou reversão.
Conclusões
Como se trata de uma operação que busca explorar a volatilidade dos ativos, é essencial que o investidor acompanhe desde o início a formação do Squeeze, destaca Publio. Ou seja, para day traders e swing traders.
Como em qualquer estratégia, é necessário que o trader realize a devida análise estatística e compare os resultados obtidos, a fim de maximizar sua operação no mercado. Dito, mãos à obra e bons lucros!
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