Oi quer fazer proposta para comprar TIM da Telecom Italia

A operadora informou nesta madrugada interesse em adquirir participação na operadora brasileira; companhia assinou ontem à noite contrato com o BTG Pactual, que atuará como comissário na operação

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Oi (OIBR4) informou na madrugada de terça para quarta-feira que quer comprar a fatia da TIM (TIMP3) detida indiretamente pela Telecom Italia. Por meio de fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a operadora informou que está desenvolvendo alternativas para viabilizar proposta para aquisição da participação na brasileira.

A Oi informou que assinou na terça-feira contrato com o BTG Pactual (BBTG11) para atuar como comissário, para, agindo em seu próprio nome e por conta e ordem da Oi, desenvolver essas alternativas para tornar viável sua proposta de compra, que passa por regras e restrições previstas em lei e nas normas e decisões expedidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A companhia comunicou que manterá seus acionistas e o mercado informado sobre qualquer evento relevante relacionado a essa questão. Vale mencionar que ontem as ações da Oi fecharam o pregão com alta de 10,74%, a R$ 1,34.

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A iniciativa da Oi acontece enquanto a espanhola Telefónica e a Telecom Italia travam uma batalha para adquirir a operadora brasileira de banda larga GVT, propriedade da francesa Vivendi. Paralelamente, a Claro passa por processo de unificação de suas operações com Embratel e Net, todas companhias do grupo mexicano América Móvil.

A Oi, por estar no meio de um conturbado processo de fusão com a Portugal Telecom, não era vista como provável protagonista na recente rodada de consolidação na indústria de telecomunicações no Brasil.

Entre os grandes grupos de telefonia do país listados em bolsa, a Oi é a que tem saúde financeira mais frágil. A companhia encerrou o segundo trimestre com uma dívida líquida de 46 bilhões de reais, enquanto a da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo e controlada pelos espanhóis, era de 2,52 bilhões de reais. A TIM Participações tinha endividamento de 1 bilhão de reais no fim de junho.

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No começo de agosto, a Telefónica anunciou proposta de R$ 20,1 bilhões, ou 6,7 bilhões de euros, para comprar a GVT em dinheiro e novas ações da Telefônica Brasil (VIVT4) equivalentes a 12% do capital da empresa combinada após a compra da GVT.

Na segunda-feira, quatro fontes disseram à Reuters que a Telecom Italia fará uma oferta de cerca de 7 bilhões de euros pela GVT, que deixará a Vivendi com uma fatia de 15 a 20% no grupo italiano.

Todas as movimentações de consolidação ocorrem ao mesmo tempo em que as operadoras de telefonia se preparam para o leilão da frequência de 700 MHz do 4G, marcado para 30 de setembro.

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O preço mínimo total das seis licenças no leilão é de R$ 7,7 bilhões. Além disso, as empresas terão que gastar R$ 3,6 bilhões na limpeza da faixa, atualmente usada pela radiodifusão analógica.

Na semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reconheceu em entrevista à Reuters que o processo de consolidação no setor tem influência sobre o leilão de 4G, mas disse que o governo não mudará os prazos. “Isso não é problema nosso”, afirmou.

(Com Reuters)