PanAmericano confirma rombo de R$ 4,3 bi e prejuízo de R$ 133 mi em dezembro

Instituição estabeleceu 30 de novembro como data inicial para os resultados, de modo a estabelecer uma base confiável

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Confirmando o rombo total de R$ 4,3 bilhões, o Banco PanAmericano (BPNM4) anunciou a instituição de um novo balanço de abertura nesta quarta-feira (16), revelando um prejuízo líquido de R$ 133,6 milhões em dezembro de 2010.

Sobre os indícios de fraude, a companhia informou que R$ 1,6 bilhão é referente à carteira de crédito insubsistente, R$ 1,7 bilhão a passivos não registrados de operações de cessão liquidados/referenciados, R$ 0,5 bilhão quanto a irregularidades na constituição de provisões para perdas de crédito. Outros R$ 300 milhões referem-se a ajustes de marcação a mercado, enquanto os R$ 200 milhões restante referem-se a outros ajustes.

Deste total, o grupo Sílvio Santos, controlador do Banco PanAmericano até meados de janeiro, aportou R$ 3,8 bilhões no banco. Vale lembrar que em 31 de janeiro o BTG Pactual comprou a totalidade da participação da companhia no Banco PanAmericano.

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Recomeço
Além disso, a instituição definiu a data de 30 de novembro de 2010 para a elaboração do “Balanço Patrimonial de Abertura”. “A complexidade dos mecanismos adotados na geração das inconsistências contábeis impediu a definição do momento exato em que começaram a ocorrer as irregularidades contábeis e fragilidades dos controles internos que ocasionaram a falta de confiabilidade dos registros”, informou a instituição na divulgação dos resultados.

Assim, tal medida visa estabelecer uma base contábil confiável, uma vez a fraude impossibilitou a comparação apropriada com balanços anteriores. “A utilização, por termo de comparação, do balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2009, (…) implicaria uma representação totalmente inadequada de tais demonstrações financeiras, o que não serviria de parâmetro para qualquer análise comparativa, podendo confundir os usuários das mesmas”, explicou.

Prejuízo
Deste modo, o Banco PanAmericano reportou um prejuízo líquido de R$ 133,61 milhões no mês de dezembro de 2010 e um resultado operacional negativo em R$ 140,36 milhões. No entanto, vale destacar que as receitas de intermediação financeira apresentaram valor positivo em R$ 218,46 milhões, e o resultado bruto de intermediação financeira apontou R$ 10,90 milhões, no mesmo período.

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Além disso, a instituição reportou uma carteira de crédito total no valor de R$ 13,3 bilhões – com destaque para o crédito direto ao consumidor, que respondeu por 35,95% do valor – e um patrimônio líquido de R$ 19,15 milhões ao final do último mês de 2010, ante os R$ 152,76 milhões registrados em novembro.

Desequilíbrio
Por fim, o Banco PanAmericano anunciou que os ajustes efetuados no mês de novembro de 2010 – quando foi tornada pública a fraude – resultou no desenquadramento em relação aos limites operacionais regulatórios, como o índice de Basileia, o qual registrou valor negativo de 4,74% em dezembro e de 2,60% em novembro de 2010.

No entanto, a situação deverá ser revertida até o final deste mês, reflexo das medidas em curso, tais como o suporte oferecido pela Caixa, pelo BTG Pactual, pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), além do depósito adicional de R$ 1,3 bilhão em conta de acionista e dos negócios já realizados pelo banco no mês de janeiro.

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“Das medidas com influência direta sobre a estrutura de capital e de liquidez, citamos o comprometimento acordado pela Caixa de adquirir créditos do banco, sempre que este desejar cede-los, sem coobrigação. Essas cessões serão suportadas por limites de crédito de R$ 8,0 bilhões, além do reforço de liquidez através de aquisição de depósitos interfinanceiros (DI), que será suportado por limites de crédito de até R$ 2,0 bilhões”, ressaltou.