Premiê português tenta acalmar investidores e BES diz que pode cobrir perdas

"É importante que investidores portugueses e estrangeiros... permaneçam calmos sobre o banco e sobre nosso sistema financeiro e bancário", disse

Reuters

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LISBOA – O banco central de Portugal e o primeiro-ministro do país garantiram a investidores nesta sexta-feira que o sistema financeiro português é sólido, buscando mitigar os temores sobre os efeitos colaterais de problemas no império corporativo Espírito Santo.

“É importante que investidores portugueses e estrangeiros… permaneçam calmos sobre o banco e sobre nosso sistema financeiro e bancário”, disse em Lisboa o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, a jornalistas.

Irregularidades financeiras divulgadas recentemente na rede de holdings por trás do maior banco listado de Portugal, o Banco Espírito Santo, levantaram dúvidas sobre perdas no banco e em outras companhias na órbita da família Espírito Santo.

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Essa preocupação provocou uma debandada nos mercados globais na quinta-feira, impulsionando os rendimentos de títulos e revivendo memórias da crise da dívida da região. Algumas companhias chegaram até mesmo a desistir de operações de captação de recursos planejadas há tempos.

Em comunicado divulgado na noite de quinta-feira, o BES insistiu que não será ameaçado por quaisquer perdas relacionadas a sua exposição de 1,15 bilhão de euros às holdings Espírito Santo. O banco disse que, segundo números de 31 de março, tem 2,1 bilhões de euros em capital acima das exigências regulatórias mínimas, incluindo 1 bilhão de euros captados por meio de oferta de ações realizada em junho.

O comunicado estabilizou parcialmente turbulências no mercado de Portugal e em outros países nesta sexta-feira. As bolsas europeias subiam e títulos italianos saíram com rendimento historicamente baixo em leilão.

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Mas os mercados continuavam cautelosos, pois muitas perguntas continuam sem resposta.

Auditoria identificou uma “situação financeira séria” no Espírito Santo International, um vasto conglomerado com participações em bancos, hotéis e na área de saúde que está perto do topo da pirâmide de negócios da família.

Mais tarde, o ESFG disse que o ESI atribuiu valor alto demais a seus ativos e deixou de reconhecer perdas e dívidas, mas não identificou os motivos por trás dessas decisões.

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Investidores também estão no escuro sobre o tamanho de possíveis perdas.

Falando a jornalistas nesta sexta-feira, o primeiro-ministro Passos Coelho disse que investidores precisam diferenciar a família Espírito Santo da instituição BES.

“O BES é diferente dos negócios da família Espírito Santo… é importante que investidores portugueses e estrangeiros entendam essa diferença”, afirmou.

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O banco central do país também disse nesta sexta-feira que o BES tem capital suficiente para enfrentar as potenciais perdas do Grupo Espírito Santo (GES), sendo que a segurança dos fundos no BES não está comprometida.

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