BNDES e sócios da Oi discutirão fusão com Portugal Tel em caso de calote

A Portugal Telecom emprestou 897 milhões de euros à holding Rioforte, um veículo da família Espírito Santo, controladora do banco BES

Reuters

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BRASÍLIA – O BNDES e outros sócios da Oi (OIBR3) vão rediscutir os termos da fusão com a Portugal Telecom, caso a empresa europeia tome um calote no investimento financeiro de cerca de 1 bilhão de euros que não teria sido divulgado aos sócios brasileiros, disse o ministro das Comunicações do Brasil, Paulo Bernardo.

“Tem uma operação que vence amanhã. Se o dinheiro voltar, tudo certo, se não voltar, evidente que o BNDES e os acionistas vão querer discutir a operação de fusão e a composição acionária, porque isso com certeza esvaziou um dos sócios de forma expressiva”, disse o ministro a jornalistas após evento.

A Portugal Telecom emprestou 897 milhões de euros à holding Rioforte, um veículo da família Espírito Santo, controladora do banco BES, maior acionista individual da companhia europeia. A maior parte do montante, 847 milhões de euros, tem que ser paga na terça-feira.

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Porém, Paulo Bernardo afirmou que a fusão das duas operadoras, que cria uma companhia com cerca de 100 milhões de clientes, não está arriscada.

Bernardo disse que o governo avalia a situação e tem pedido informações para entender melhor a operação com a Rioforte.

“Pedimos para acompanhar e ter informações do que está sendo feito e as consequências. Aparentemente, foi feita uma operação que esvaziou o caixa da Portugal Telecom em quase 1 bilhão de euros”, disse, após participar da divulgação do balanço das ações do governo na Copa do Mundo.

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LEILÃO DE 4G

Bernardo disse também que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve publicar até o fim do mês o edital do leilão da frequência de 700 MHz para o serviço de telefonia celular de quarta geração (4G).

O edital deve ser aprovado pela Anatel na próxima quinta-feira, mas só será publicado após o aval do Tribunal de Contas da União (TCU).

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Segundo ele, os valores mínimos das outorgas que serão disputadas pelas empresas só serão conhecidos quando for publicada a versão final do documento.

“O valor só será acrescentado quando fecharmos as negociações com o TCU, mais para o fim do mês”, disse.