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SÃO PAULO – O resultado da Cesp (CESP6) trouxe números considerados condizentes com as estimativas por todos os analistas consultados pelo Portal InfoMoney, ou “um trimestre limpo, sem grandes surpresas”, como colocaram os analistas do Santander Márcio Prado e Maria Carolina Carneiro.
A comparação anual, lembraram os analistas, foi prejudicada pela variação cambial e por eventos não-recorrentes positivos (notadamente, créditos tributários do Cofins) no segundo trimestre de 2009. Com exposição à moeda estrangeira atualmente em 36,7%, o resultado financeiro no período de abril a junho de 2010 ficou negativo em R$ 166,5 milhões, o que levou o lucro líquido da companhia a apresentar queda de 81,4% na comparação anual, para R$ 132,9 milhões, explicou Rafael Quintanilha, analista da Brascan Corretora.
No entanto, mesmo com o resultado dentro do esperado, a corretora reduziu a recomendação para os papéis para marketperform (retorno esperado da ação situado no intervalo de 5 p.p. acima ou abaixo do retorno projetado para o Ibovespa), em função do upside limitado em relação ao atual preço-alvo (R$ 29,44), de 15,45%, considerando o fechamento desta quinta-feira (12).
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Resultado em linha, recomendações divergentes
A Brascan, no entanto, foi a única a realizar esse movimento. O Citi, por exemplo, manteve recomendação de compra para os papéis da companhia, “atualmente a única empresa estatal para a qual temos essa recomendação”, salientou Marcelo Britto. Entre os destaques, a receita líquida, de R$ 688,4 milhões, ficou 2,9% abaixo da estimativa do Citigroup, “provavelmente por causa da sazonalidade”, e recompensada pelo mercado spot, que com R$ 22 milhões ficou acima da expectativa, com volumes maiores.
O Barclays reiterou, por sua vez, recomendação overweight (é projetado para a ação performance superior ao universo de cobertura do setor com horizonte de prazo de 12 meses), com preço-alvo de R$ 32,00 (upside de 25,5%), porque é esperado, entre outros fatores, de acordo com Felipe Mattar, Sergio Conti e Bruno Pascon, conclusão da reestruturação da dívida no primeiro trimestre de 2011 e um “substantivo potencial de upside pelo fluxo de notícias políticas, dependendo do resultado da eleição em outubro”, com a privatização no segundo semestre de 2011 em foco.
Volume fraco
Marcus Sequeira, do Deutsche Bank, declarou que a receita veio em linha, mas o volume de vendas foi mais fraco, de 9,594 GWh, 7% abaixo da projeção, em função de vendas menos robustas para o mercado regulado e em contratos bilaterais. Por outro lado, o preço de realização foi um pouco mais forte, em R$ 81,83/MWh, e compensou esse fator.
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O Ebitda (geração operacional de caixa) de R$ 403 milhões para o trimestre ficou em linha, enquanto a receita operacional ficou em R$ 284 milhões, por causa de uma redução de 4% em custos com pessoal, materiais e serviços de terceiros. A recomendação de “manter”, no entanto, foi reiterada por causa das incertezas em relação à renovação das concessões da companhia.
A Ativa, de acordo com Ricardo Corrêa, manteve recomendação neutra, ao avaliar que a empresa tem baixa exposição a riscos de mercado e hidrológicos, “e por esta razão vem apresentando resultados consistentes e com pouca volatilidade (se excluída a última linha)”, concluiu a corretora.
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