Resultados BB: diretoria destaca market share, alta do crédito e atuação externa

Confira esses e outros pontos abordados em teleconferência nesta manhã, como expectativas para despesas com provisão

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SÃO PAULO – Após ter divulgado na última quinta-feira seu resultado obtido nos três primeiros meses desse ano, pautado, entre outros destaques, por um lucro líquido de R$ 2,351 bilhões, a diretoria do Banco do Brasil (BBAS3) realizou uma teleconferência nesta sexta-feira (14) para esclarecer dúvidas e reforçar seu otimismo para os próximos trimestres.

Maior banco do País, um dos pontos mais ressaltados pela diretoria do BB foi a liderança mais uma vez apresentada pela instituição em diversos segmentos do setor financeiro, com um market share de 19,8% na carteira de crédito total brasileira, segundo números do Banco Central.

A preponderância do BB no mercado cambial é ainda maior. O banco responde a 35,9% dos mercados ACC (adiantamento sobre contrato de câmbio) e ACE (adiantamento sobre cambiais entregues), além de obter uma fatia também significativa de 30,9% no segmento de câmbio para exportação.

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Esmiuçando o crédito
Em todo resultado de instituição financeira, os números relativos ao setor de crédito sempre recebem especial atenção. O BB não é diferente. O banco encerrou o primeiro trimestre do ano com um saldo no portfólio de R$ 305,551 bilhões, um crescimento de 26,3% em relação a março de 2009.

A maior parte dessa carteira total segue sendo de pessoas jurídicas, que correspondeu a 41,9%, com um saldo de R$ 128,1 bilhões. No entanto, é válido atentar para uma tendência de queda dessa participação, que em março de 2009 era de 42,1%. Como observa a diretoria, trajetória oposta é apresentada pela carteira a pessoas físicas, cujo peso na carteira total do BB vem crescendo.

Em março de 2009, empréstimos concedidos a pessoas físicas eram 25,3% do total apresentado, ao passo que no mesmo mês desse ano, a fatia ficou em 31,1%, com um montante de R$ 95,1 bilhões. “Tal expansão vem, sobretudo, do crescimento das carteiras de crédito consignado e dos financiamentos a veículos”, observa a diretoria.

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De fato, o crédito consignado segue abocanhando a maior fatia do crédito a pessoas físicas do BB (40,5%). Por sua vez, o financiamento a veículos impressiona pela forte expansão nos últimos trimestres: em março de 2009, o segmento respondia por 11,5% do total; em março deste ano, a parcela subiu para nada menos que 22,1%. “E apostamos em mais expansão”, diz a diretoria.

Um ponto, no entanto, recebeu ressalvas dos analistas: o tímido crescimento apresentado pelo segmento de concessão de crédito a micro e pequenas empresas na comparação com o primeiro trimestre de 2009. O segmento, que respondia por 36,8% do total de crédito a empresas em março do ano passado, com um montante de R$ 37,4 bilhões, em igual mês desse ano, caiu para 35,3% do total, somando R$ 45,2 bilhões.

“Temos novas estratégias sendo implementadas que devem acelerar a expansão. No entanto, é importante salientar que nossa base é bem maior que a de nossos concorrentes, então é mais difícil atingir taxas maiores de crescimento”, justifica a diretoria.

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Despesas de provisão
Outro ponto bastante abordado pela diretoria e analistas na teleconferência realizada foi a perspectiva para a trajetória das despesas de provisão nos próximos trimestres. O tópico, por sinal, encontra-se em bastante evidência no setor financeiro, já que, dado o arrefecimento das turbulências, a expectativa de muitos é que as instituições reduzam seus gastos de cobertura do risco.

Contrariando tais expectativas, no entanto, as despesas com provisão do Banco do Brasil cresceram de R$ 2,95 bilhões no quarto trimestre do ano passado para R$ 3,026 bilhões no primeiro trimestre desse ano, permanecendo bastante acima dos R$ 2,491 bilhões registrados nos três primeiros meses de 2009.

“Tivemos, sim, uma postura bastante conservadora. Preferimos não correr riscos. Claro que a tendência é que tais despesas caiam gradualmente, mas por enquanto, não vamos reduzir o guidance. Uma análise melhor acerca desse assunto deve ser feita quando fecharmos o resultado contábil do segundo trimestre”, disse a diretoria do BB, respondendo a indagações de analistas.

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Boa notícia nesse sentido vem dos números relativos à inadimplência. A taxa relativa a pessoas físicas do BB caiu de 5,9% em março de 2009 e 4,8% em dezembro de 2009 para 4,4% em março deste ano. No mesmo sentido, a inadimplência entre pessoas jurídicas passou de 2,9% ao final do ano passado para 2,6%, permanecendo, no entanto, ainda superior à de 2,1% apresentada no terceiro mês de 2009.

Apostando lá fora
Por fim, outro ponto abordado no evento que merece destaque é o da crescente atuação do BB no mercado internacional. “Cerca de 1,4 milhão de brasileiros vivem atualmente nos EUA, e há uma grande correlação entre ser brasileiro e ser cliente do BB”, afirma a diretoria. “Nosso foco maior está nos EUA pois há muito mais brasileiros lá do que em qualquer outro lugar do mundo, fora o Brasil, é claro”, completa.

Outro país no qual o BB vem apostando bastante ultimamente é a Argentina – no mês passado, o banco anunciou a compra do Banco Patagônia por US$ 480 milhões. Mas lá, os investimentos têm outra justificativa. “Há uma forte presença de empresas brasileiras em solo argentino. Não acompanhar esse movimento seria enfraquecer nossa própria posição aqui dentro”, disse a diretoria do BB.

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