Mercados estão menos voláteis, mas pessimismo está aumentando, diz BMO

SÃO PAULO – Apesar das notícias adversas vistas nos últimos dias e da reação dos mercados frente a qualquer indicador mais desfavorável à trilha de recuperação econômica, a volatilidade começa a diminuir depois de bater nas últimas semanas o maior nível em mais de um ano. A avaliação é dos economistas Sherry Cooper e Robert Kavcic, do BMO Capital Markets.

Conforme os dois expõem em relatório, um exemplo deste movimento advém da China. Eles contam que a notícia de que o fundo soberano chinês poderia rever seu portifólio de ativos em euros trouxe instabilidade aos mercados e, consequentemente, volatilidade.

Contudo, após as autoridades chinesas negarem tal medida, os mercados se acalmaram, sustentados pela ideia de que a economia global apresenta fundamentos mais sólidos do que se imagina. Além disso, a própria alta das commodities e recuperação de títulos chineses trouxeram mais calmaria.

Moderação
Mesmo acreditando que a volatilidade deve continuar menos intensa, os economistas do BMO destacam que o número de pessimistas tem aumentado. “Grande parte do sentimento otimista nos mercados de ativos que foi construído até maio está agora se desfazendo”, dizem Sherry Cooper e Robert Kavcic.

Eles explicam que a última Investor’s Intelligence Survey (Pesquisa de Inteligência do Investidor) mostra que 39,3% dos entrevistados estão otimistas deste mês em diante, contra 56% de pessimistas.

“Os pessimistas subiram de 17,4% da última medição para 29,2% e a proporção de bulls [otimistas] para bears [pessimistas] está em 1,35, agora em linha com o visto quando o mercado atingiu a mínima em meados de fevereiro, após a correção de 9%”, diz.