Ação da Taurus salta 7,6% com decreto de Bolsonaro possibilitando compra de fuzil

O valor do fuzil varia entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, dependendo do valor do ICMS de cada estado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – As ações da Taurus Armas (FJTA4) disparam 7,6% nesta terça-feira (21) após a companhia afirmar que o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro para regulamentar o porte e posse de armas também permite que qualquer cidadão compre o fuzil T4, usado por forças militares.

Isso acontece porque o decreto estabelece uma nova classificação para os armamentos, elevando em até quatro vezes o valor do poder de fogo de armas que podem ser adquiridas por civis.

A companhia afirmou à TV Globo que só está esperando a entrada em vigor da nova regulamentação para “imediatamente atender os clientes”. “Temos uma fila de 2 mil clientes”, disse a Taurus ressaltando que tem capacidade para entregar o armamento em até três dias.

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O valor do fuzil varia entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, dependendo do valor do ICMS de cada estado. Com a mudança feita pelo decreto, passam a ser permitidas também pistolas de calibre ponto 40, as pistolas nove milímetros e de calibre 45.

A Casa Civil disse ao jornal Estado de S. Paulo, porém, que o decreto do governo não permite a compra do fuzil T4 por qualquer pessoa. Segundo o órgão, a arma “é de uso restrito e, por isso, o cidadão comum não consegue adquiri-la”.

Bolsonaro assinou o decreto que amplia a quantidade de categorias e pessoas que têm direito a porte de armas no Brasil no dia 7 de maio. Pelo decreto, políticos, advogados que atuam no poder público, motoristas de veículos de carga, proprietários rurais e jornalistas, entre outros, passam a ter direito de andar armados na rua.

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A relação entre a empresa, o governo e o mercado, porém, é bem mais complexa do que parece. A família Bolsonaro já fez diversos ataques à qualidade das armas feitas pela fabricante brasileira, além de afirmar que é contra o monopólio da empresa no país. 

Em 16 de janeiro, quando Bolsonaro assinou um decreto que flexibiliza a posse de armas, as ações PN da empresa tiveram forte volatilidade: subiram 11% pela manhã, mas fecharam em queda de 22%

No geral, os ativos da empresa foram bastante beneficiados pelo cenário político. Em 2018, ano da eleição de Bolsonaro, as ações valorizaram 180%, melhor desempenho da Bolsa no período. Em 2019, porém, elas registram queda de -9,18%.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.