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(Bloomberg) — Em Dubai, muitas vezes o foco se concentra excessivamente na economia do amanhã, e não na economia do passado recente.
Embora esteja construindo o Museu do Futuro, que deve ser inaugurado no próximo ano, o centro financeiro do Oriente Médio não divulga como foi o desempenho de seu produto interno bruto desde 2017. Também faltam outros números considerados básicos em outros lugares, como varejo, vendas de automóveis e produção industrial.
A ausência de dados precisos sobre a economia de US$ 106 bilhões deixa os investidores e as empresas, já abalados no ano passado pelo pior desempenho de ações do mundo, em dificuldades para decidir se está na hora de começar a comprar. O vácuo oficial muitas vezes os força a colher informações em conversas informais com varejistas, proprietários de concessionárias de veículos e conglomerados empresariais.
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“Não temos um panorama atual do que está acontecendo agora, há uma defasagem muito significativa entre os dados e a economia”, disse Tarek Fadlallah, CEO da unidade do Oriente Médio da Nomura Asset Management. “Se as empresas e os investidores não têm convicção de que a economia ou um setor no qual estão investindo tem uma perspectiva melhor, é muito difícil tomar essas decisões.”
Não há motivos claros para a escassez de dados. Ninguém no centro de estatísticas do emirado e em sua assessoria de imprensa respondeu a pedidos de comentários.
O mercado está no escuro em um momento em que os volumes negociados em ações locais caíram após o colapso dos preços do petróleo, o que adiou os planos de abertura de capital. Dubai, um dos sete Emirados Árabes Unidos, sofreu quedas de ações mais rápidas no ano passado do que seus pares nos países em desenvolvimento, apesar da recuperação das perdas em 2019.
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A falta de informações sobre a economia também é um problema para os investidores que se concentram em ações individuais. “É quase como se você estivesse tentando adivinhar” quando dados desaparecem ou chegam com um ano de atraso, segundo Patricia Ribeiro, gerente de fundos em Nova York da American Century Investments, que administra cerca de US$ 163 bilhões e não detém nenhuma ações locais.
“Se eu conseguir essa convicção em algum outro lugar do mundo emergente, eu provavelmente iria para lá, e a maioria dos investidores também.”
O Índice Geral do Mercado Financeiro de Dubai (DFMGI) registrou no ano passado sua maior queda em uma década, já que o excesso de propriedades e a oscilação da demanda por imóveis contribuíram para as perdas de ações entre as incorporadoras. O valor médio diário de 50 dias de ações negociadas no principal índice de ações do Dubai caiu cerca de 92 por cento em relação ao pico registrado em 2014, quando a MSCI incluiu oficialmente os Emirados Árabes Unidos na categoria de mercados emergentes.
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Apesar de Dubai ter publicado dados trimestrais do PIB em meados de 2018, a página de contabilidade nacional no site de seu centro de estatísticas agora lista apenas os dados de ano cheio até 2017. Alguns dos números fornecidos, incluindo investimento estrangeiro direto e atividade de construção, também não foram atualizados por dois anos.
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