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SÃO PAULO – A primeira sessão de agosto foi morna para o Ibovespa, com o mercado pouco tendo se abalado com a decisão de política monetária do Federal Reserve desta quarta-feira, que manteve os juros entre 1,75% e 2%, mas elevou a previsão otimista para a economia dos EUA.
Por aqui, pouco depois do fechamento do pregão, será revelada a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) mas, enquanto ela não é divulgada, o mercado fica de olho na temporada de balanços, que movimentou ações como a Smiles, Arezzo e Banco Inter na bolsa.
Já a ação da Petrobras (PETR3;PETR4) registra ganhos apesar da queda do petróleo com os estoques de petróleo acima do esperado, com o mercado já de olho na divulgação de resultados do segundo trimestre de 2018 (que ocorrerá na sexta-feira de manhã). Por outro lado, os ativos da Vale fecharam em forte queda, com os dados fracos da China e o aumento das tensões comerciais do gigante asiático com os EUA. Veja mais destaques do mercado.
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Vale (VALE3) e siderúrgicas
As ações da Vale registram queda de mais de 3% após sete pregões de expressiva alta, em que acumulou ganhos de mais de 12%. Cabe lembrar que, nesta sessão, o dia foi de perdas para o minério de ferro, com baixa de 1,6% para o negociado em Qingdao, a US$ 66,45 a tonelada.
As siderúrgicas também caem, caso de Gerdau (GGBR4), em meio ao acirramento das tensões comerciais. Segundo reportou a Reuters, citando uma fonte da administração de Donald Trump, os Estados Unidos planejam aplicar tarifas de 25% sobre US$ 200 bilhões de importações chinesas, de modo a pressionar para que se façam concessões comerciais. O número está bem acima dos 10% antes mencionados no começo de julho. A China prometeu retaliar se os EUA continuarem com a ameaça de elevar tarifa de importação.
Prévia do Ibovespa
A B3 informou a primeira prévia do Ibovespa tendo como base o pregão de 31 de julho de 2018 para o período de setembro a dezembro de 2018. O Carrefour Brasil (CRFB3) entrou na carteira, enquanto a CPFL Energia (CPFE3) foi removia.
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Bancos e Construtoras
As construtoras registram ganhos nesta sessão, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciar o aumento para R$ 1,5 milhão do valor dos imóveis que poderão ser comprados através do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Antes, o valor era de R$ 950 mil. Segundo o Banco Central, isso deve injetar R$ 80 bilhões no sistema de poupança e ajudar a simplificar a aplicação de recursos. A transição deve ser gradual e ocorrerá nos próximos seis anos.
No final desse período, os bancos não poderão mais utilizar carteiras em prejuízo para compor o direcionamento dos recursos da poupança.. Além disso, a aquisição do Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), títulos hipotecários (LH) e letras de crédito imobiliário (LCI) não mais contarão para cumprimento de exigibilidade.
“Vemos esse movimento como positivo para os bancos, pois isso ajudará o mercado imobiliário a se tornar mais flexível, além de ajudar a simplificar regras e estimular o mercado de crédito imobiliário”, afirmam os analistas do Brasil Plural.
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Já o BTG Pactual aponta que as medidas são positivas para o setor imobiliário, pois mais uma vez reforça o grande comprometimento do governo para uma recuperação do segmento (já foram diversas medidas feitas na tentativa de reativar o setor imobiliário, incluindo a discussão de distratos que agora está travada. “As empresas mais beneficiadas por essas medidas são as de alta renda (dado que a mudança se aplica para a faixa acima de R$ 950 mil)”, apontam os analistas.
Nesse sentido, os analistas apontaram gostarem mais de Cyrema (CYRE3) e Even (EVEN3), que possuem alavancagem mais baixa que a média do setor, estoques altos e poderiam ter forte geração de caixa (e dividendos), se as vendas de estoque forem mais fortes.
“Dito isso, vale lembrar que esse teto de R$ 1,5 milhão a unidade estava em vigor no ano passado e (mesmo assim), o setor performou muito mal. Ou seja, achamos essa notícia marginalmente positiva, porém não deve impactar muito a realidade das empresas. As duas principais variáveis que devem melhorar demanda maior são: (i) custo de financiamento continuar em queda (num ritmo mais rápido do que vem acontecendo) e (ii) melhora na confiança dos compradores (que tem sido impactada por toda incerteza macro/eleitoral)”, apontam os analistas. Além de Cyrela e Even, que registram fortes ganhos na bolsa nesta sessão, MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3), entre outros papéis do setor têm altas expressivas.
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Smiles (SMLE3)
A Smiles reportou um balanço fraco para o segundo trimestre do ano e frustrou as expectativas dos analistas, fazendo com que as ações chegassem a cair 4% na abertura. O lucro líquido teve queda de 20,7%, para R$ 114,2 milhões. A estimativa era de R$ 152 milhões. “A empresa esteve sob pressão em função de dúvidas com relação a governança, dúvidas com relação a renovação do contrato com a Gol, politica de dividendos, alem da situação financeira mais desafiadora da Gol”, afirma o Credit Suisse, que manteve a recomendação outperform (acima da média do mercado) para as ações.
As ações, contudo, viraram para alta expressiva após a teleconferência de resultados. A Smiles informou que não possui metas de fusões e aquisições e não está envolvida em discussões sobre o assunto que possam justificar uma redução no payout em abril de 2019. No entanto, a companhia poderia usar o excedente para: 1) manter o pagamento na proporção de 95%; 2) pagar um dividendo especial; 3) anunciar um programa de recompra; e / ou 4) comprar passagens aéreas com antecedência da Gol.
Leia mais:
– Como a teleconferência da Smiles fez a ação passar de queda de 4% para a maior alta do Ibovespa
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Banco Inter (BIDI4)
O Banco Inter vê suas ações subirem até 6% após ver seu lucro líquido subir 7,9% e atingir R$ 17,3 milhões no segundo trimestre de 2018. Já o patrimônio líquido subiu 150,9%, para R$ 918,2 milhões.
O lucro foi 19% acima em relação à estimativa de R$ 14 milhões do Morgan Stanley, em meio às menores provisões para perdas com empréstimos e menor taxa de imposto. Já o ROE foi de 7,7%, enquanto o Morgan esperava um ROE de 6,3%.
Transmissão Paulista (TRPL4)
A Transmissão de Energia Elétrica Paulista anunciou um lucro líquido de R$ 248 milhões no segundo trimestre de 2018, valor 50,85% inferior ao prejuízo líquido apurado no mesmo período do ano anterior. O resultado negativo é decorrente do desempenho de uma de suas subsidiárias e pagamento de imposto elevado. O Brasil Plural destaca o desempenho positivo na parte operacional, que impulsionou a receita e o ebitda.
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– Elétrica entra no grupo de maiores pagadoras de dividendos e banco aponta “futuro extraordinário” A Suzano reduzirá de US$ 6,9 bilhões para US$ 4,4 bilhões o compromisso de financiamento da Fibria. os valores referem-se a compromissos financeiros com bancos internacionais para financiar a parcela em dinheiro da operação. A companhia também emitiu R$ 770,6 milhões em nota de crédito à exportação com o Banco Safra. Segundo o BTG Pactual, além de ser clara demonstração de que o negócio está avançado, também é outra mostra de criação de valor, uma vez que Suzano travou a negociação em reais, e com depreciação de 14% da moeda (a R$ 3.28), transação é agora mais barata em dólar do que esperado inicialmente. “Calculamos que o negócio está US$ 1bilhão abaixo do esperado (ou R$ 3,75 bilhões, 6% do market cap da Suzano), com câmbio e preços de celulose melhores. Por outro lado, não incorporamos potencial marcação a mercado das perdas no segundo trimestre, como hedge de parte da dívida feita nos últimos meses (mas acreditamos que os benefícios superam com boa margem as perdas “não caixa” da marcação a mercado)”, apontam. Os analistas também apontam que vale destacar que potencial fluxo de caixa livre de Fibria é muito maior que antecipado, o que no fim das contas mostra bom potencial de valorização na parte de funding e alavancagem para acionistas de Suzano. A Oi informou em comunicado enviado para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que concluiu sua reestruturação de dívida financeira com a implantação dos termos e condições previstos no Plano de Recuperação Judicial. A empresa informou também que acabou o prazo para o procedimento de liquidação da opção de pagamento dos bondholders não qualificados. O Conselho de Administração da BRF aprovou um refinanciamento de R$ 3,23 bilhões com o Banco do Brasil. A proposta envolve rolagem de dívida e novas captações para prazos de até três anos. A Gerdau concluiu venda de hidrelétricas em Goiás por R$ 835 milhões para o grupo minerador Kinross Brasil. A Arezzo divulgou lucro líquido de R$ 33,1 milhões no segundo trimestre, queda de 15,6% ante o mesmo intervalo de 2017. O desempenho foi pressionado pelo prejuízo financeiro de R$ 13 milhões com variação cambial e despesas maiores com endividamento. De acordo com o BTG Pactual, o resultado confirmou a resiliência da companhia com a receita crescendo 14% na base anual com franquias, multimarcas e e-commerce como os principais destaques do trimestre. Já a margem Ebitda segue pressionada por conta de investimentos na operação. “Seguimos positivos no case para médio-longo prazo, dada a qualidade da empresa, gestão e capacidade de entrega de bons resultados. Porém, nos níveis atuais de preço, vemos pouco potencial de valorização no curto prazo”, avaliam. Quer investir pagando apenas R$ 0,80 de corretagem? Clique aqui e abra sua conta na Clear.Suzano (SUZB3)
Oi (OIBR4)
BRF (BRFS3)
Gerdau (GGBR4)
Arezzo (ARZZ3)
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