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SÃO PAULO – Após ficar na lanterna no Ibovespa no primeiro semestre de 2018 com uma impressionante queda de 50%, a BRF (BRFS3) iniciou a segunda metade do ano com o pé direito, com ganhos acima de 29% em apenas seis pregões.
O movimento de virada coincidiu com os primeiros passos de Pedro Parente à frente da Petrobras (PETR3;PETR4), ao planejar uma grande venda de ativos e deixar a companhia de alimentos mais enxuta e eficiente, a exemplo do que ele fez na Petrobras. O executivo não resistiu a pressão em meio à greve dos caminhoneiros e pediu demissão da estatal no começo de junho – mas os dois anos em que ele esteve à frente da companhia proporcionaram uma total mudança na companhia.
A trajetória de Parente na Petrobras foi acompanhada de perto pela Ibiúna Investimentos, conforme destacado no Papo com Gestor da última semana: quando o executivo entrou na estatal, a gestora comprou os papéis, dada a expectativa que o novo líder traria uma gestão extremamente rentável mesmo com a companhia seguindo como uma estatal. Isso de fato estava se materializando, até a greve de caminhoneiros, que culminou na saída do CEO: “a Petrobras internamente decidiu abandonar, mesmo que temporariamente, a política de preço. Foi uma quebra de paradigma e acabamos zerando posição em R$ 21 [na PETR4]”, destacou André Lion, gestor de renda variável da Ibiúna.
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– Parente é visto como “solução perfeita” para a BRF – mas desafios gigantescos travam maior otimismo Mas agora, com Parente de fora da Petrobras e já mostrando a que veio na BRF, é hora de passar a apostar nos ativos BRFS3? Para Lion, não necessariamente. Ele ressalta que a BRF já é uma empresa conhecida de longa data na Ibiúna, com uma história recente muito interessante. Se em 2015, ela teve um cenário interno positivo e as margens abriram de forma não-sustentável, nos anos seguintes ela passou por uma “tempestade perfeita”, com ajustes da economia, queda de margens e preços, além do impacto da Operação Carne Fraca. Parente vai ter que endereçar algumas questões, principalmente sobre a dívida da BRF. Esse cenário diverso sobre Petrobras e BRF ajuda a explicar porque a decisão de investimento da Ibiúna com a chegada de Parente na petroleira foi imediata, ao contrário do que ocorreu com a empresa de alimentos, fazendo com que eles ainda não montem exposição no papel. “Na Petrobras, o que a gente via é de fato uma mudança de paradigma na gestão com a chegada de Pedro Parente. Era uma pessoa que não precisava assumir aquele cargo, aceitou aquele desafio de comandar uma empresa estatal que estava com problemas muito grandes de gestão e situação financeira e que ia impor mudanças relevantes. A geração de valor, mesmo sem ter como quantificar […] era muito grande. Na BRF, tem que olhar o cenário. O Pedro Parente não consegue influenciar o preço do grão, por exemplo”, avalia Lion, citando um importante insumo usado pela BRF e que influencia de forma decisiva na estrutura de custos da BRF. Outra questão apontada pelo gestor é de que, mesmo com a entrada do CEO sendo bem-vinda, as restrições da União Europeia aos produtos da BRF, ainda reflexo da Carne Fraca, ainda são difíceis de serem revertidas. Contudo, isso não quer dizer que a gestora não esteja de olho na ação da empresa: “Quero comprar? Quero. Mas não a qualquer preço. (…) É esperar um pouco, ficar um pouco mais claro para ver a situação da empresa”, aponta Lion. Quer comprar ações da BRF ou prefere Petrobras? Aproveite a menor corretagem do Brasil para investir! Clique aqui e abra sua conta na Clear Parente parece ter começado bem a realizar mudanças na BRF, aponta o gestor: “ao olhar semanas atrás, ele tinha duas alternativas: emissões de ações ou venda de ativos. Ele optou pela segunda alternativa para reduzir a dívida, tentar otimizar capital de giro”. Assim, o que o CEO tenta fazer é colocar a empresa um pouco menor, focar em alguns mercados. A perspectiva é de que a dívida se reduza mas, em contrapartida, acaba levando a uma perda de geração de caixa. “Assumindo um cenário mais conservador, ele vai ter que mexer no operacional. É uma empresa complexa, tanto pelo tamanho como pela quantidade de produtos que ela tem. Não é simples. Desta forma, temos que colocar uma margem de segurança razoável”, aponta o gestor. Desta forma, as perspectivas que se apontam para a BRF com a chegada de Parente são positivas. Contudo, se na Petrobras ele já tinha desafios muito grandes, eles parecem ser ainda maiores no seu novo cargo.
– Qual a hora certa para vender uma ação que já subiu? Gestor do melhor fundo long&short respondeBom começo de Parente
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