Disney corre risco de perder um dos gênios mais criativos da TV

Ryan Murphy, criador de seriados de sucesso como "American Horror Story" e "Glee", pode ir para a Netflix

Bloomberg

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O acordo da Walt Disney com a 21st Century Fox criou uma oportunidade para que concorrentes tentem conquistar uma das mentes criativas mais desejadas da televisão, um sinal dos efeitos da consolidação em Hollywood.

Ryan Murphy, criador de seriados de sucesso como “American Horror Story” e “Glee”, está negociando um novo contrato e projetava-se que ele renovaria seu acordo com a Fox, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. No entanto, agora ele está considerando mais atentamente uma possível transição para uma rival quando seu contrato vencer em meados de 2018, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque discussões são privadas. Uma mudança para algum serviço on-line, como a Netflix e a Amazon.com, é possível, disseram.

Murphy passou os últimos oito anos na Fox, onde ele fez quase todos os seus maiores sucessos. No entanto, o acordo de US$ 52,4 bilhões em que a Disney adquiriu o estúdio de cinema e TV da Fox, além de canais como FX e National Geographic, colocou os principais executivos dessas divisões no limbo, e isso encorajou outras empresas a fazer ofertas pelos serviços de Murphy. Pelo menos duas outras partes estão interessadas em Murphy, além de Netflix e Amazon, disseram as pessoas.

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Antigamente, considerava-se que os provedores de streaming tinham poucas chances de arrebatar Murphy da Fox. No entanto, a onda de fusões que está tomando conta do setor de mídia está mudando o cálculo para os melhores profissionais do setor, e Netflix e Amazon, endinheiradas e oferecendo compromissos de longo prazo, estão se tornando apostas relativamente seguras.

Nove dígitos

Murphy, de 52 anos, e seus representantes estão pleiteando contratos que sejam iguais ou superiores ao que a Netflix concedeu à produtora Shonda Rhimes, avaliado em mais de US$ 100 milhões, de acordo com as pessoas. Rhimes impressionou Hollywood quando preferiu a Netflix em detrimento da Disney, onde ela produziu os programas de sucesso “Grey’s Anatomy”, “Scandal” e “How to Get Away With Murder”.

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Netflix, Fox e Disney preferiram não comentar. Representantes de Murphy e da Amazon não responderam aos pedidos de comentários.

Rhimes é um exemplo dos muitos produtores e cineastas que receberam ofertas de dezenas de milhões de dólares da Netflix e da Amazon para se afastar da TV tradicional. A Amazon arrebatou o criador de “The Walking Dead”, Robert Kirkman, da AMC, canal que exibe o seriado de zumbis, e a Netflix assinou acordos mais generosos com Shawn Levy, o produtor de “Stranger Things”, e com Jenji Kohan, a criadora de “Orange is the New Black”.

Rhimes saiu da Disney porque ela desejava uma liberdade criativa que não conseguia ter na ABC, um canal aberto que precisa evitar alguns assuntos adultos, linguagem muito explícita e nudez devido a seu público amplo e aos padrões governamentais relativos ao uso da radiodifusão pública. A Fox também tem um canal aberto e o FX, um canal a cabo famoso por seriados dramáticos como “The Americans” e “Legion”. Murphy ganhou três Prêmios Emmy e recebeu 24 indicações por programas feitos para Fox e FX, em comparação com apenas três indicações e nenhum prêmio para Rhimes.

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