CSN sobe 3% antes de balanço; Vale e Petrobras fecham em alta e bancos caem com CSLL

Confira os principais destaques de ações na sessão desta quarta-feira

Paula Barra

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a cair nesta quarta-feira (12), destoando dos mercados internacionais, que conseguiram se recuperar durante a tarde. Há também no radar o vencimentos de opções do Ibovespa e contrato futuro do índice, que ajudaram a trazer volatilidade nesta sessão. Os papéis da Petrobras fecharam próximos da estabilidade, enquanto as ações da Vale subiram depois de terem caído mais de 2% na mínima do dia.

Além disso, o mercado segue pressionado por expectativa de aumento de tributos para os bancos, seguradoras e indústria de bebidas, assim como pela possibilidade de retirada do benefício fiscal da dedução, no Imposto de Renda, dos recursos distribuídos sob forma de JCP (Juros sobre Capital Próprio). Os papéis dessas empresas caíram forte nesta tarde.  

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), relatora da medida provisória 675, disse nesta quarta-feira que vai propor que a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras seja elevada a 22,5% ou 23%, acima dos 20% apresentados pelo governo na MP. A senadora também afirmou em entrevista à Reuters que seu relatório sobre a MP 675 incluirá o fim do benefício fiscal de grandes empresas com a distribuição de juros sobre capital próprio.

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Confira abaixo os principais destaques desta sessão:

Bancos e seguradoras
Os bancos e seguradoras caíram forte com os mercados de olho na apresentação pela senadora Gleisi Hoffman (PT) do projeto que pretende a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de empresas do setor financeiro. Hoffmann deve propor o fim do benefício fiscal dos juros sobre capital próprio e a alta da CSLL para os bancos de 15% para 22,5%, não 20% como antes esperado. Além disso, pode ser retirado o benefício social da dedução, no Imposto de Renda, dos recursos distribuídos na forma de juros sobre capital próprio – os bancos são uns dos mais favorecidos pelo benefício.

Com isso, as ações dos bancos caíram: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,68, -2,88%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,40, -4,14%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,86, -2,66%BBDC4, R$ 24,75, -3,21%). Do lado das seguradoras, recuaram as ações da Porto Seguro (PSSA3, R$ 34,10, -3,29%), BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,08, -4,37%) e SulAmérica (SULA11, R$ 17,45, -1,25%). 

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Nesta tarde, a Moody’s, seguindo a revisão do rating brasileiro, cortou a nota de crédito de 12 bancos brasileiros e BM&FBovespa. Entre as instituições estão Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander, HSBC, Caixa Econômica Federal e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

Ambev (ABEV3, R$ 18,84, -3,63%)
As ações da Ambev recuaram forte reagindo à expectativa de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresente hoje relatório da Medida Provisória, que além de elevar impostos sobre os bancos, deve mexer na tributação da indústria de bebidas na Zona Franca de Manaus de forma que empresas, como a Ambev, paguem mais impostos.

A senadora quer reduzir os créditos tributários gerados na produção de refrigerantes na região. Hoje, a alíquota do IPI é de 20%, mas – como as indústrias da Zona Franca são isentas desse tributo – podem usar esse valor para abater outros recolhimentos. Gleisi quer diminuir essa alíquota para algo em torno de 17%, ou seja, menos créditos para as empresas e mais recursos para a Receita Federal. Além disso, a companhia também é afetada fortemente pela notícia sobre o juros sobre capital próprio. 

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Telefonia
As ações das operadoras Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 41,36, -5,27%) e TIM (TIMP3, R$ 8,78, -2,41%) também caíram forte com a redução do benefício do juros sobre capital próprio. Em relatório do Credit Suisse, realizado em junho, apontava a dona da marca Vivo como uma das principais favorecidas pelo benefício, tendo declarado ano passado R$ 2,049 bilhões em juros sobre capital próprio. 

Gerdau (GGBR4, R$ 5,80, -1,02%)
As ações da Gerdau tiveram queda hoje embora balanço tenha vindo em linha com o que o mercado esperava. No setor, seguiu o desempenho as ações da Usiminas (USIM5, R$ 3,66, -3,43%), pressionadas também por conta da desvalorização da moeda chinesa, que traz impacto hoje nos mercados globais. 

A companhia viu o lucro líquido consolidado do período cair 32,6%, para R$ 265 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da siderúrgica teve ligeira alta de 1,2% na mesma base de comparação, totalizando R$ 1,18 bilhão, enquanto a receita líquida cresceu 3%, para R$ 10,8 bilhões. 

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Apesar dos números em linha, analistas destacaram que o bom desempenho observado na América do Norte, favorecido pela variação cambial, não foi suficiente para contrabalancear a performance fraca de Brasil. A Concórdia Corretora comentou que, na operação brasileira, apesar do avanço expressivo das exportações, a redução do volume vendido no mercado interno, aliado à menor diluição de custos, pressionou as margens do trimestre. 

Já a XP Investimentos comentou que, embora o resultado tenha vindo em linha com o esperado, o cenário segue extremamente desafiador para o curto e médio prazo, enquanto alto índice de alavancagem e, principalmente, questões de governança corporativa, trazem incertezas para o case de investimentos. 

CSN (CSNA3, R$ 3,98, +3,38%)
As ações da CSN dispararam durante a tarde, descolando do movimento negativo dos papéis da Gerdau e Usiminas. Operadores não souberam justificar o salto dos papéis. Na manhã da próxima quinta-feira (13) a companhia divulgará seu balanço do segundo trimestre. Hoje foi a vez da Gerdau. Usiminas já divulgou seus números.   

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Petrobras (PETR3, R$ 11,03, +0,55%; PETR4, R$ 9,88, +0,51%)
As ações da Petrobras conseguiram fechar com leves ganhos nesta quarta-feira, com a retomada dos preços do petróleo no mercado internacional, que voltaram a subir. A cotação do Brent, negociado em Londres, subia 1,18%, a US$ 49,76. 

Ontem, a Moody ‘s manteve o rating da Petrobras, com perspectiva estável, após rebaixar a nota do Brasil. A nota “Ba2” da estatal reflete a crença da Moody’s de que a probabilidade de apoio do governo do Brasil à empresa não foi significativamente alterado, apesar do rebaixamento da classificação do governo. A Moody’s já tirou o grau de investimento da Petrobras, devido a problemas enfrentados pela estatal em decorrência da operação Lava Jato da Política Federal, que investiga um bilionário esquema de corrupção.

Vale (VALE3, R$ 18,92, +1,72%; VALE5, R$ 14,90, +1,64%)
As ações da Vale viraram para alta em meio a um respiro do mercado nesta tarde, que têm forte volatilidade em dia de vencimento de opções sobre Ibovespa e contratos futuros do índice.

Nesta quarta-feira, a China permitiu que o yuan se desvalorizasse consideravelmente pelo segundo dia consecutivo, forçando investidores a buscar refúgio no porto-seguro em títutos de dívida governamental. Mais cedo, uma série de indicadores econômicos mais fracos no país asiático confirmou um quadro de atividade mais lenta do que o esperado. Lembrando que a China correspondeu no segundo trimestre por 37% das receitas da Vale. 

Em relatório, o Credit Suisse ressaltou que uma desvalorização entre 1% e 2% na moeda chinesa em alguns dias tem impactado limitado nas exportações, mas muda a percepção prêmio de risco para a China e a moeda do país, podendo afetar negativamente ativos da Ásia e commodities. 

Seguindo a revisão no rating do governo brasileiro, a Moody’s revisou nesta tarde o rating da Vale, mantendo inalterada a nota em “Baa2”, com perspectiva negativa. 

Kroton (KROT3, R$ 9,16, +3,74%
A Kroton viu as suas ações subirem depois de divulgar resultado. A companhia registrou crescimento de 94,7% na receita líquida no segundo trimestre, para R$ 1,4 bilhão, enquanto o lucro líquido ajustado avançou 79,6%, para R$ 513,7 milhões. Segundo a companhia, o crescimento da receita deve-se à incorporação dos números da Anhanguera, como também ao crescimento orgânico de alunos no ensino superior.

Para o BTG Pactual, o resultado veio forte, acima do esperado pelo mercado, com crescimento de 4,4% na base presencial de alunos, levando a forte avanço da receita. Os analistas destacaram também bom controle das despesas gerais e administrativas, que contribuiu para o crescimento do Ebitda. 

A XP Investimentos, embora também tenha ressaltado bons números da companhia, salientou que é importante ficar de olho nas sinalizações que podem ser dadas sobre o processo de renovação de alunos no Fies no segundo semestre, quando é esperado uma queda. 

Marfrig (MRFG3, R$ 6,02, +4,70%)
A Marfrig viu suas ações subirem após o balanço. A companhia teve prejuízo líquido de R$ 6,1 milhões no segundo trimestre, ante resultado negativo de R$ 55,1 milhões em igual período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia totalizou R$ 465,7 milhões de abril a junho, avanço de 68,3% na comparação anual.

De acordo com o BTG Pactual, o balanço bateu as estimativas, o Ebitda ajustado veio em R$ 560 milhões (incluindo Moy Park), a margem expandiu 0,90 ponto percentual (veio 8,7%), geração de caixa no trimestre foi de R$ 136 milhões e houve a expansão de margem em todas as linhas de negócio.

Já o Credit Suisse comentou que o resultado veio forte, com expansão de margem Ebitda, beneficiada por um real desvalorizado e melhorias operacionais. Eles ressaltaram que as aberturas dos mercados da China e Estados Unidos tiveram pouco efeito nesse trimestre, deixando como principal destaque a geração de caixa de cerca de R$ 140 milhões, bem acima das expectativas e melhor do que a Minerva, que teve uma queima de caixa por conta do capital de giro. 

No noticiário do setor, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram seu maior faturamento do ano no mês de julho, US$ 505,8 milhões, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em volume, os embarques somaram 113,5 mil toneladas. Se comparadas ao mês de junho, as vendas tiveram um crescimento de 3% no faturamento e de 0,4% no volume.

Profarma (PFRM3, R$ 9,20, -4,17%)
As ações da Profarma afundaram após balanço. A companhia teve queda de 94,1% no lucro líquido, para R$ 100 mil no segundo trimestre. Já a receita líquida da companhia sofreu queda de 4,4%, para R$ 840,4 milhões no período quando comparado a um ano antes. 

Segundo o Brasil Plural, os resultados apontam que a companhia continua entregando melhoras consistentes nas suas operações, mostrando resiliência na deterioração do ambiente macroeconômico, apesar da baixa geração de fluxo de caixa livre.

Time For Fun (SHOW3, R$ 3,36, -2,61%)
As ações da Time For Fun devolveram hoje parte dos ganhos acumulados ontem após o resultado do segundo trimestre. Na sessão de terça-feira, os papéis da companhia subiram 10,22%. A companhia reportou lucro líquido de R$ 2,2 milhões, revertendo prejuízo de R$ 419 mil em comparação ao período de 2014. A receita líquida da companhia teve queda de 53% na comparação de trimestres, saindo de R$ 221,3 milhões em 2014 para R$ 103,7 milhões em 2015. 

Segundo o Bradesco BBI, a companhia teve bons resultados em trimestre “silencioso”. “Os resultados do primeiro semestre de 2015 confirmam que a companhia atingiu o ponto de inflexão, já que terminou contrato em que perdia dinheiro com o Cirque du Soleil, enquanto fez sua operação mais eficiente”, apontaram os analistas. 

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