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SÃO PAULO – O risco de uma bolha nos mercados de ações que já está na boca de traders, economistas e analistas do mundo agora fica também sob a observação do Credit Suisse. Em relatório assinado pelo estrategista global de equities, Andrew Garthwaite, o banco diz que apesar de alguns dados terem melhorado, como o de imóveis na China e o emprego nos Estados Unidos, ainda há 60%-70% de chance de termos uma bolha para o mercado de equities no médio prazo.
Vale lembrar que bolhas geralmente ocorrem quando há um descasamento entre o desempenho de uma bolsa de valores e a economia em que está inserida. No Japão, por exemplo, com um quadro de deflação e PIB (Produto Interno Bruto) crescendo pouco nos últimos anos, o Nikkei operando em suas máximas históricas gera preocupação aos investidores.
Pensando nisso, Garthwaite elaborou uma tabela na qual calcula o upside (potencial de valorização) dos ativos nos Estados Unidos antes do estouro de uma eventual bolha, concluindo que se as métricas de valuation das ações chegarem às máximas históricas, haveria um upside de 45% dos níveis em que eles operam atualmente. Ou seja, o objetivo em um investimento nas bolsas americanas é de 45% de valorização. Depois disso, é melhor sair antes que aumente o risco de estouro da bolha.
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Veja na tabela abaixo:
Apesar disso, é bom lembrar que algumas condições necessárias para que o movimento de um mercado seja considerado uma bolha ainda não surgiram na visão do Credit Suisse. O relatório cita o aparecimento do discurso de que “é diferente desta vez”, os lucros que vão se tornando irrelevantes, o discurso de que os prêmios de risco dos ativos estão indo para zero, o colapso na amplitude do mercado e as posições compradas começando a ser dominadas por investidores do varejo. A queda nos processos de aquisição e fusão e o sobreinvestimento também são lembrados.
A exceção no caso dos compradores do varejo é a China, que já vê um boom de investidores pessoa física na bolsa. Lá a situação pode estar pior do que a que vemos no resto do mundo.
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