Buffett é forçado a defender trio brasileiro da 3G e diz “tirar o chapéu” para eles

Acionistas da Berkshire Hathaway estão expressando mal estar no aprofundamento da relação da empresa com o grupo de private equity 3G Capital em meio à perspectiva de forte corte de custos

Lara Rizério

Value Investor Conference
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SÃO PAULO – Ao contrário das condições normais, o clima da Convenção Anual da Berkshire Hathaway não é de paz total quando o assunto são os investimentos do bilionário Warren Buffett, da Berkshire Hathaway, como relata o Financial Times. E a culpa deste imbróglio recai em três brasileiros.

Segundo o jornal, os acionistas da Berkshire Hathaway estão expressando mal estar no aprofundamento da relação da empresa com o grupo de private equity 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, à frente de uma onda esperada de perdas de emprego no recém-adquirido grupo de alimentos Kraft.

Warren Buffett foi forçado a defender o agressivo corte de custos da 3G na reunião anual de acionistas de sua empresa no fim de semana, provocando debate sobre se a associação com o grupo brasileiro estaria minando a estimada reputação do executivo-chefe da Berkshire como adquirente benigno das empresas.

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Em contraste com a abordagem de Buffett frente às subsidiárias da Berkshire, a 3G substituiu a gestão e tirou milhares de empregos no Heinz, que o private equity comprou com Berkshire em 2013. A 3G está prometendo uma economia de custos anuais de US$ 1,5 bilhão na Kraft. E há temores se olhar para o que acontece com a Heinz, que demitiu 7 mil pessoas dentro de 18 meses e também cortou empregos da rede de café canadense Tim Hortons.

“Eu tiro meu chapéu para o que a 3G tem feito”, disse Buffett, em resposta a um acionista da Berkshire que disse que as práticas de gestão do grupo de private equity lhe deram “azia”. Para Buffett, havia “consideravelmente mais pessoas no trabalho do que o necessário” nas empresas que a 3G comprou e acrescentou: “Eu espero que as nossas empresas da Berkshire não estejam com mais pessoas do que elas precisam”.

Buffett disse que tem “tolerado” gestores da Berkshire que são lentos para fazer cortes em subsidiárias da própria empresa, mas que fez despedir pessoal em negócios  que estão encolhendo, como jornais.

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Andrew Ross Sorkin, jornalista que selecionou questões colocadas pelos acionistas para uffett, disse que muitos falaram sobre a 3G, incluindo de um investidor que perguntou se as culturas da 3G e da Berkshire eram compatíveis, questão esta bem sensível aos investidores. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.